Escassez de mão-de-obra chega ao mundo dos concertos e festivais

Após o fim das restrições, os promotores de eventos e artistas estão ansiosos por um novo boom no mercado de concertos e festivais. «Actualmente assistimos a uma enorme procura de eventos ao vivo», revela Michael Furtschegger, director global de Entretenimento da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), mas isso traz novos desafios.

 

Não faltam concertos, festivais e eventos ao vivo nesta temporada de Verão. Apesar de ser motivo de optimismo para o mercado global, a verdade é que o sector do entretenimento ao vivo apresenta novos desafios para os organizadores: a escassez de pessoal. De acordo com uma pesquisa da Organização Profissional de Iluminação e Som (PLASA), quase 70% das empresas pesquisadas no final de 2021 relataram uma escassez de trabalhadores qualificados. Engenheiros, técnicos e trabalhadores de altura em tecnologia de palco foram os mais procurados. «A escassez de pessoas pode tornar-se um problema preocupante quando se trata de pessoal de segurança», diz Michael Furtschegger. «Em alguns casos, isso pode significar a não realização de um evento, quando os organizadores têm de garantir que os fornecedores são certificados e profissionais.»

Além da escassez de mão-de-obra, as restricções nas verbas para os eventos também podem tornar-se um problema para o sector. «À medida que há mais eventos e algumas produções decorrem em paralelo, a procura por equipamentos aumenta, que muitas vezes são alugados a empresas com recursos limitados. Idealmente, isto requer um planeamento minucioso para a compra de equipamentos. O mesmo se aplica a reparações e peças sobresselentes.» A escassez global de semicondutores diminuiu por enquanto, mas se houver escassez de outros como está a acontecer com a guerra na Ucrânia, os organizadores terão que aceitar prazos de entrega mais longos e ter planos de contingência.

Além disso, os muitos novos festivais que estão surgindo actualmente exigem uma nova avaliação de risco: «A indústria é inovadora; nos últimos anos temos visto eventos de sucesso em locais novos, como o antigo aeroporto de Tempelhof, em Berlim, que têm sido colocados a novos usos por eventos ao vivo. Organizadores de festivais já estabelecidos como o Coachella, nos EUA, ou o Rock In Rio estão relativamente familiarizados com os riscos dos seus locais; mas os espaços novos e não testados, exigem uma avaliação de risco diferente», diz Michael Furtschegger.

Apesar de alguns desses desafios, a indústria do entretenimento está optimista quanto ao futuro.

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