Esta área tem cada vez mais procura (e não é tecnológica)

Nos primeiros seis meses do ano, o número de contratações para esta área cresceu quase 50% em Portugal, segundo a Michael Page. Descubra qual é, quais os motivos e os cargos mais requisitados.

 

De acordo com o estudo de emprego e referências salariais, elaborado pela consultora de recrutamento, a área de Tax & Legal registou o maior nível de crescimento (45%), impulsionado pelas sociedades de advogados, que lideram o volume de negócios (66%), seguindo-se as empresas (24%) e consultoras a actuar em Direito Fiscal (10%).

João Maciel, manager de Tax & Legal, esclarece que, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos nas sociedades de advogados, onde se registou um volume bastante considerável no recrutamento de associados, nota-se agora «um fenómeno de recrutamento de perfis de sócios e associados ccoordenadores, fruto de reestruturações pontuais em alguns dos principais players do mercado e, por outro lado, uma aposta forte de outros concorrentes».

 

Outras áreas em crescimento
Até Junho, a Michael Page registou também uma forte procura das empresas de Tecnologias de Informação (29%). Na zona Norte, as funções de software engineer e software development foram as mais requisitadas, observando-se um crescimento nas funções em Cibersegurança e Big Data, duas vertentes que têm registado uma forte procura por profissionais especializados com recurso à contratação de estrangeiros.

O relatório revela que, no Norte do país, as software houses continuam a liderar o recrutamento, seguidas da banca e da indústria que têm vindo a apostar na inovação e nas novas tecnologias. Esta tendência observa-se também na Grande Lisboa, com os perfis de desenvolvimento de software a liderarem a procura.

A procura acentuada por funções especializadas na área de TI tem-se observado também no sector da banca, invertendo a tendência dos dois últimos anos, em que se verificou redução de quadros e o recurso ao outsourcing.

Tatiana Leitão da Silva, consultora de Information Technology da Michael Page, refere que «a automatização de processos e a digitalização, associadas à área de segurança da informação contribuíram fortemente para este crescimento». Por outro lado, verifica que «a ideia de que o IT pode ser um excelente aliado do negócio, leva a que áreas como Business Intelligence, Big Data e Analytics comecem a ter cada vez mais procura».

A Michael Page aponta ainda para um aumento salarial entre 10 e 20% nas funções de TI, acompanhando o aumento da procura, e um crescimento dos contratos de efectividade. E exemplifica: na vertente de desenvolvimento frontend, um profissional com cinco anos de experiência teria um salário anual a rondar os 35 mil euros como valor máximo, podendo actualmente atingir os 45 mil euros, devido ao investimento de empresas internacionais no mercado.

«A vertente de IT está em crescimento desde 2016 e mantém-se, seja pelos centros de competências que estão a ser criados, inovação das indústrias, centros de serviços partilhados ou start-ups que apostam em perfis mais juniores, impulsionados por um conjunto de factores, entre os quais, o investimento externo e o surgimento de novas empresas no mercado, como start-ups e multinacionais estrangeiras», constata Sofia Santos, consultant da Michael Page.

Verifca-se também um crescimento acentuado no sector da hotelaria, devido à rápida expansão de grupos hoteleiros, com a procura de funções de liderança, como general manager e Spa manager/directors, e um aumento de 10 a 15% nas remunerações.

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