«Esta crise institucionalizou uma nova forma de trabalhar», acredita Pedro Raposo, DRH do Banco de Portugal

Pedro Raposo, director de Recursos Humanos no Banco de Portugal acredita que «esta crise institucionalizou verdadeiramente uma nova forma de trabalhar e teremos todos de aprender como». Leia a sua análise aos resultados do XXX Barómetro Human Resources.

 

«Muito do que se tem lido e ouvido nestes tempos mais recentes aponta para o facto de que ninguém estava preparado para esta crise pandémica. A sua globalidade, rapidez e profundidade não estavam por certo nos planos de ninguém, mesmo os mais pessimistas. No entanto, este barómetro revela alguns dados extremamente importantes e promissores para o futuro, sabendo porém que os custos e tempo de recuperação desta crise serão grandes e exigirão muito de nós todos. O primeiro é o facto de que, num país culturalmente menos organizado e disciplinado quando comparado com o norte da Europa, vermos que as empresas portuguesas estavam medianamente preparadas para esta crise, o que prova a existência por certo de planos de contingência, gabinetes de crise e equipas de continuidade de negócio em larga escala e prontos para lidar com algo desta magnitude. O segundo, e incontestável, é de que, como dizia o anúncio, o teletrabalho veio para ficar. Estou certo de que este é o acontecimento mais relevante para o futuro pós-crise e que irá alterar positivamente as relações de trabalho e a forma como o trabalho é percebido. Mais responsabilidade e foco no resultado e menos na presença física, a necessidade de acautelar no teletrabalho questões diversas como os seguros de acidentes de trabalho, a capacidade de novos líderes saberem e poderem gerir equipas parte presenciais e parte virtuais, serão desafios fantásticos para os Recursos Humanos. Esta crise institucionalizou verdadeiramente uma nova forma de trabalhar e teremos todos de aprender como.»

Este testemunho foi publicado na edição de Maio da Human Resources, no âmbito da 30.ª edição do seu Barómetro.