Esta empresa do sector telecomunicações está a avaliar semana de quatro dias. E vai aumentar a equipa

A Colt Portugal quer recrutar mais 25 trabalhadores em Portugal, ascendendo a um total de 140, e está a avaliar a possibilidade de implementar a semana de quatro dias, embora ressalve que é difícil aplicá-la a todas as funções.

«Queremos atingir os 140 trabalhadores este ano. Neste momento, temos 115», indicou o country manager da Colt Portugal, Carlos Jesus, que falava num encontro com os jornalistas, em Lisboa.

Este responsável destacou a necessidade de Portugal «recrutar mais rápido», uma vez que, atualmente, a empresa não abre concursos para um determinado mercado, mas para uma função. Assim, o recrutamento dos 25 trabalhadores será feito «com base no talento», podendo ser portugueses ou estrangeiros.

A empresa está agora a avaliar a possibilidade de ter uma semana de trabalho de quatro dias, mas ainda permanecem «muitas questões por responder», estimando que tal não será possível de aplicar a todas as áreas.

«Se falar dos software developments, eles podem decidir fazer 10 horas diárias, organizar o trabalho de outra forma e entregar o mesmo», sublinhou Carlos Jesus. Porém, no apoio ao cliente tal não é possível, sendo que uma semana de quatro dias iria implicar turnos e escalas.

Para isto, seriam necessários mais colaboradores, disparando os custos, já penalizados com a necessidade de manter as mesmas condições.

«Ninguém quer perder o seu salário. A energia subiu, o preço dos equipamentos também, além do respetivo prazo de entrega ter sido alargado. Vamos passar isto tudo para os nossos clientes? Isto vai ter um impacto no EBITDA [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] do grupo. No ponto de vista do negócio, há algumas questões importantes a resolver. Estamos a debater a possibilidade internamente e temos a noção clara de que é muito difícil aplicá-la a todas as funções», apontou.

A Colt, que está a celebrar 20 anos em Portugal, investiu, neste período, mais de 50 milhões de euros em infraestruturas e redes.

Por sua vez, nas últimas duas décadas, os custos com pessoal também ultrapassam os 50 milhões de euros.

Nesta área, cerca de 50% do investimento ocorreu nos últimos seis anos, devido à criação dos centros de competência e à consequente necessidade de recrutamento.

A empresa tem três centros de competências, duas redes de área metropolitana, 830 quilómetros (km) de rede de fibra óptica e 1.700 km adicionais de rede de longa distância, «ligando mais de 777 edifícios e 12 centros de dados», prosseguindo a sua estratégia de crescimento, ligando oito parques industriais em Lisboa, Porto, Oeiras, Sintra, Vila Nova de Gaia e Maia, segundo dados divulgados, em comunicado.

A Colt é uma empresa do sector das telecomunicações, que opera em áreas como software defined networks e network function virtualization, contando com duas áreas de negócio em Portugal – vendas e delivery e prestação de serviços a todo o mundo.

«Do ponto de vista do negócio local, efectivamente sentimos a posição estratégia que Portugal tem, devido ao hub que está a ser criado em Portugal de amarração de cabos submarinos», destacou Carlos Jesus.

O negócio tem assim crescido ao longo dos anos, verificando-se «muitas necessidades» de comunicações em Portugal, nomeadamente para as grandes empresas.

«Só este ano implementámos cerca de 50 ligações destas, entre Lisboa-Madrid, Lisboa-Paris e Lisboa-Londres», referiu.

A empresa quer aumentar, nos próximos anos, a capacidade de Portugal no que diz respeito aos cabos submarinos, que liga a Europa a África e às Américas.

No âmbito do reforço previsto para a Península Ibérica, a Colt está agora a estudar uma quarta localização para ligar Madrid.

O processo de decisão deverá durar dois meses e a implementação entre 12 a 24 meses.

«Precisamos de aprovação para avançar com o projecto, sendo que está identificado que a ligação à Península Ibérica tem um potencial de crescimento nos próximos anos», concluiu.

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