Esta estratégia vai ajudar os líderes a gerir o stress. E a promover o auto-cuidado.

É comum os CEO ou gestores das organizações sentirem stress e cansaço. Mas, de acordo com um estudo recente, apenas 67% dos líderes acreditam que o nível de stress vivido no trabalho pode ser gerido. Nunca como no contexto actual este tema foi tão relevante.

 

Além disso, apenas 50% dos líderes e gestores consideram que têm tempo suficiente para fazer um trabalho de qualidade, enquanto 52% sentem que conseguem não conseguem desligar-se do trabalho. Esses resultados indicam que cerca de um terço a 50% dos líderes e gestores estão a lutar para lidar com os desafios da sua função.

Os dados são avançados por Patrick Hyland, director de Pesquisa e Desenvolvimento na Mercer | Sirota, que acrescenta que, além dos riscos para a saúde associados ao stress, diversos problemas podem aparecer nas dinâmicas do local de trabalho quando os líderes se sentem  exaustos e emocionalmente esgotados.

Assim, o responsável deixa alguns conselhos para se consiga estabelecer uma estratégia de auto-cuidado, para gerir as exigências da sua função. Estas são as quatro etapas a serem consideradas:

1. Reconheça os sinais de alerta
O esgotamento, estado de exaustão física, mental e emocional geralmente acompanhado de insegurança e pessimismo, é um problema grave. Vários estudos mostram que períodos prolongados de esgotamento podem levar a diversos problemas de saúde física e mental, como a depressão, a ansiedade, doenças cardíacas, colesterol alto, derrame e diabetes.

O esgotamento pode-se manifestar de inúmeras formas, entre elas maior irritabilidade, menos motivação, mudanças nos hábitos de alimentação, sono ou dores.

 

2. Descanse e recupere-se
Se acha que está com um esgotamento, é preciso tomar medidas imediatas para obter ajuda. Conte ao seu chefe ou a um colega. Se não se sente à vontade para contar a alguém no trabalho, então perceba que pode estar a trabalhar numa organização tóxica, que não é saudável para si e conte à sua família, amigos ou médico. Se permanecer em silêncio, a exaustão pode levar ao isolamento e aumentar seus problemas.

Depois de partilhar as suas preocupações, procure formas de se desligar do trabalho. Pare de verificar os emails assim que acordar, ignore reuniões desnecessárias ou reduza a carga horária.  Encontre maneiras de relaxar para que possa se recuperar.

3. Reflita e reoriente-se
Depois de se distanciar da sua experiência, é hora de começar a identificar os factores que desencadearam o seu esgotamento. Comece por reflectir sobre a linha cronológica dos eventos. Quando os níveis de stresse começaram a aumentar? O que estava acontecer no trabalho? Sentiu isso antes ou é a primeira vez que teve esse esgotamento?

Depois, reflita sobre a natureza do seu stress. Como já deve ter ouvido, o stress nem sempre é mau. Vários investigadores descobriram que o stress por desafio, associado à conquista de uma meta importante, está relacionado positivamente à satisfação do trabalho. O stress impeditivo, associado a obstáculos que nos impedem de realizar o trabalho, está relacionado negativamente à satisfação do trabalho.

Se teve uma experiência de esgotamento, provavelmente teve que lidar com muito stress impeditivo. Com isso em mente, pense na forma como o trabalho é realizado na sua organização. Alguns especialistas alegam que o esgotamento é resultado de trabalhar numa organização disfuncional.

Por último, pense na sua personalidade, valores e atitudes relacionados ao trabalho, à sua organização e função.Vários estudos mostram que pessoas com determinados traços de personalidade são mais propensas ao esgotamento. O objectivo destas reflexões é aprender com a experiência e obter insights que evitarão episódios futuros de esgotamento.

 

4. Recrie-se com mais resiliência
Se passou por esgotamento, pode usar essa experiência para se tornar uma pessoa mais forte e mais sábia. Mas isso vai exigir um esforço intencional da sua parte e um compromisso com a prática de se cuidar.

À medida que faz o seu planeamento de auto-cuidado, percebe que existem vários caminhos. Comece a repensar a sua abordagem ao trabalho, é provável que precise de mudar alguns dos seus hábitos diários. A sua saúde física é essencial.

A sua perspectiva mental também é importante. A psicóloga Alia Crum, de Stanford, afirmou que o stress pode ser bom para os líderes se souberem como geri-lo. Não deixe de considerar a sua reacção emocional às vicissitudes do trabalho e da vida, várias pesquisas sugerem que a flexibilidade psicológica e a agilidade emocional podem fazer de si um líder mais eficaz.

 

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