Estudo revela os maiores desafios dos líderes actuais

Quase todos (96%) os líderes portugueses estão preocupados com as alterações climáticas causadas por acção humana. A conclusão é do relatório “Desafios paradoxais de gestão”, desenvolvido pelo Observatório de Liderança da Nova SBE em parceria com Fundação Haddad, que explora os desafios que líderes a trabalhar em Portugal encaram e como procuram navegar estes desafios.

 

Na análise aos desafios de negócios e sociedade os investigadores procuraram compreender como lidam os líderes com a mudança, verificando que esta é encarada pelos gestores de forma positiva e produtiva, e não como uma ameaça.

O estudo mostra ainda que ao nível da diversidade nas suas empresas, 72% dos líderes entrevistados acreditam já fomentar grande diversidade nas suas equipas.

Ao nível da gestão de talentos, verifica-se que os líderes dão importância ao investimento na educação, com 96% dos inquiridos a indicar que continuam a investir na sua educação. Ao nível de habilidades e características de liderança que valorizam quando se trata de recrutamentos para posições de liderança destacam sobretudo a adaptabilidade, ética, responsabilidade, curiosidade, capacidade de trabalho em equipa e visão estratégica.

Quando questionados sobre as razões por detrás do seu sucesso destacam como valências a resiliência, persistência, curiosidade e o facto de se dedicarem arduamente ao que fazem. Dos entrevistados apenas 24% considera que as competências de liderança não podem ser aprendidas, embora 52% considere ter nascido já com perfil de líder.

Numa era de transformação digital os investigadores procuraram analisar como a tecnologia está a mudar o panorama das organizações e explorar como os líderes estão a utilizar essa mudança para seu benefício, mesmo enfrentando grandes dificuldades.

Alguns desafios identificados são, por exemplo, a lentidão de processos que, paradoxalmente, visam tornar as organizações mais ágeis, ou as tensões sentidas na transformação de processos analógicos para o digital. Ainda assim, 92% dos líderes considera-se digitalmente capaz e actualizado quanto a ferramentas tecnológicas para as necessidades do seu trabalho.

Quando inquiridos sobre se a Inteligência Artificial e a automação poderão vir a substituir as funções de gestão, 84% está confiante que essas tecnologias irão sobretudo facilitar as tarefas e não substituí-las.

O estudo indica também que na análise dos desafios associados ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional, 84% dos líderes entrevistados no estudo acredita ter encontrado um bom equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Saber delegar é um dos mecanismos referidos, sendo que esta é uma das formas utilizadas pelos líderes para manter controlo sobre a organização. Ainda assim, do universo dos 25 líderes inquiridos, 48% assume que os seus dias nunca correm como planeado e vários entrevistados assumem interpretar o seu trabalho como um hobby.

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