Federação da Alimentação, Hotelaria e Turismo exige apoio directo aos trabalhadores do Turismo

A Federação Sindical da Alimentação, Hotelaria e Turismo (FESAHT) voltou a exigir ao Governo a atribuição de ajudas directas para o sector do Turismo, lembrando que existem “muitos milhares” de trabalhadores sem qualquer apoio social.

 

«[…] A FESAHT [Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal] exigiu apoio directo aos trabalhadores, pois muitas empresas ficam com os apoios do Estado e não os distribuem pelos trabalhadores, bem como apoio directo aos trabalhadores cujas empresas não declaram os salários à Segurança Social ou declaram apenas parcialmente», indicou, em comunicado, a estrutura.

A Federação esteve reunida com a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, tendo chamado à atenção para a situação do sector, «que se agrava diariamente», perante o encerramento de empresas, despedimentos, salários em atraso, trabalho clandestino ou não declarado e incumprimentos na contratação colectiva.

Conforme apontou, existem assim “muitos milhares” de trabalhadores sem qualquer apoio social.

A FESAHT reivindicou ainda a proibição total dos despedimentos individuais e colectivos durante a pandemia, mesmo para as empresas que não recorram a apoios estatais.

«Os salários praticados no sector da hotelaria, restauração e bebidas são muito baixos, cerca de 80% dos trabalhadores foram apanhados pelo salário mínimo nacional. As associações patronais recusam negociar a contratação colectiva», lamentou a federação sindical, reclamando que os apoios para o sector dependam da contratação coletiva e que a lei hoteleira obriga à existência de um quadro mínimo de pessoal.

Na reunião, a FESAHT alertou também para a situação dos colaboradores dos casinos, «severamente penalizados com as perdas das gratificações», que permanecem sem apoios do Governo, propondo a atribuição de ajudas ou, «no mínimo», a suspensão da taxa liberatória de 10% paga sobre as gratificações.

Por outro lado, a federação sindical referiu que os trabalhadores dos lares com fins lucrativos não têm contratação colectiva, recebendo o salário mínimo, pedindo à governante “atenção” à situação deste sector.

A FESAH mostrou-se ainda perplexa por nunca ter sido convocada para uma reunião na secretaria de Estado do Turismo, do Emprego ou no Ministério do Trabalho e disse não compreender que nenhuma das suas propostas tenha sido acolhida.

Já a secretária de Estado do Turismo, segundo esta estrutura sindical, comprometeu-se a estudar as propostas apresentadas para a lei hoteleira, a transmitir as preocupações dos sindicatos ao ministro da Economia, Siza Vieira, bem como a interceder junto dos ministérios das Finanças e do Trabalho.

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