Fórum Competitividade aponta “risco crescente de 4º. trimestre ser pior que o esperado”

O Fórum para a Competitividade reviu em baixa a estimativa do PIB para 2020, prevendo uma contração entre os 8% e os 10%, considerando que há “o risco crescente de o quarto trimestre ser pior do que o esperado”.

 

“Há o risco crescente de o quarto trimestre ser pior do que o esperado, agravado pelo confinamento entretanto aprovado, pelo que o Fórum para a Competitividade revê em baixa a sua estimativa do PIB [Produto Interno Bruto] de 2020, para entre -8% e -10%”, lê-se na nota de conjuntura relativa a novembro hoje divulgada.

Para 2021, refere, há sinais positivos, como a proximidade de uma vacina, mas também muita incerteza.

“Portugal, com o elevado peso do turismo, deverá ter dificuldade em recuperar, pelo que esperamos um crescimento do PIB entre 1% e 4%”, refere.

O Fórum para a Competitividade cita, a propósito, um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) que mostra que Portugal é um dos países europeus que menos investiu no combate à crise, quer na vertente da saúde, quer na vertente de apoio à economia.

“Já a Comissão Europeia não podia ter sido mais taxativa: Portugal tem de se preocupar com a sustentabilidade orçamental e as garantias públicas aos empréstimos são um risco orçamental elevado”, sublinha.

“Portugal tem o mais baixo nível de investimento dos países do nosso grupo de desenvolvimento. É essencial reduzir ou eliminar todos os obstáculos ao investimento, que são também obstáculos à prosperidade e, para que isso não redunde em défices externos, também é necessário estimular a poupança”, refere a equipa de economistas.

O Fórum lembra que os dados do quarto trimestre têm piorado, em particular a confiança em todos os setores, em novembro.

A construção, que se mantinha como exceção à queda, assistiu, em outubro, a uma forte desaceleração das vendas de cimento e, em novembro, a uma queda da confiança mais pronunciada do que nas restantes atividades, refere.

Já o turismo, continua, registou, em outubro, um novo recuo na recuperação, em termos de dormidas, “sendo de salientar que as de residentes já estão a cair mais de 20%, muito longe da quase normalização registada em agosto”.

Também em outubro, a taxa de desemprego voltou a diminuir, de 7,9% para 7,5%, mas poderá haver desemprego oculto pelas medidas de apoio, a manifestar-se nos próximos meses, considera.

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