Expansão internacional das empresas influencia fraude e corrupção

A pressão para o crescimento das receitas e lucros, a volatilidade do mercado e dos preços da moeda, a instabilidade geopolítica, commodities e sanções económicas facilitam condutas ilegais, revela estudo da EY.

O estudo, que entrevistou 3 800 colaboradores de grandes empresas em 38 países, conclui que cerca de 33% dos inquiridos consideram que a gestão está sob pressão crescente para se expandir em mercados de elevado risco. Nestes mercados 61% dos entrevistados afirmam que a corrupção em empresas é generalizada, e 37% referem que muitas vezes as organizações reportam o desempenho financeiro acima da realidade.

No entanto, o risco de fraude não é limitado aos mercados de crescimento rápido. 26% dos gestores de topo entrevistados referem ter ouvido falar em antecipação de lucros no ano transacto, comportamento que tem sido identificado como estando na origem de diversas fraudes ao nível do top management.

A pesquisa mostra também que muitas empresas ainda não dispõem de uma estratégia de compliance sequer ao nível básico. 42% dos entrevistados referem que as empresas não têm ou desconhcecem ter uma política anti-suborno/anti-corrupção. 36% nunca tiveram formação nesse sentido. 24% dos inquiridos afirmam mesmo que as empresas não dispõem de uma linha de ética.

Portugal figura em 5.º lugar no ranking de países em que os entrevistados responderam que as práticas de corrupção estão disseminadas de forma generalizada, situando-se à frente de países como a Índia, Nigéria, Grécia, Roménia ou Egipto.

Outros resultados do “EY’s Europe, Middle East, India and Africa (EMEIA) Fraud Survey, Fraud and corruption – the easy option for growth?” em Portugal:

  • 82% dos entrevistados portugueses reconhecem que as práticas de corrupção estão generalizadas no mercado português.
  • 61% acreditam que as empresas nacionais reportam desempenho financeiro acima da realidade.
  • 10% das organizações portuguesas acreditam que as políticas anti-corrupção tornam-nas menos competitivas.
  • 35% dos entrevistados consideram ser justificável a oferta de presentes pessoais, dinheiro ou entretenimento, se for necessário para a sobrevivência do negócio.
  • Apenas 17% dos entrevistados indicam que a pressão regulatória do sector de actividade onde operam tem impacto positivo nos padrões écticos das empresas.
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