Funcionamento da justiça e burocracia condicionam investimento em Portugal
O Observatório da Competitividade Fiscal 2015 da Deloitte revela os maiores obstáculos e principais factores considerados pelas organizações como essenciais para captar e manter capital no país.
Para mais de metade das empresas nacionais (54%), o funcionamento da justiça continua a ser o maior obstáculo ao investimento em Portugal, a par dos custos de contexto e burocracia em geral, área que verifica uma acentuada subida de 16 pontos percentuais relativamente a 2014. A carga fiscal sobre as organizações é também indicada como uma condicionante ao investimento por 31% dos inquiridos, menos 13% que nos dois anos anteriores.
Estas áreas são também as apontadas como mais importantes para captar ou manter o investimento no país. A simplificação burocrática em geral é vista como prioritária para 44% das 132 empresas abordadas, seguida do funcionamento eficaz dos tribunais (38%) e da legislação laboral (38%). Este ano, a relevância dos custos dos factores de produção aumenta de 27% para 32%.
No que diz respeito às maiores vantagens comparativas da economia portuguesa, as empresas destacam a qualidade, formação e flexibilidade dos trabalhadores (59%), seguida do acesso ao mercado europeu (58%) e da situação geográfica (47%). Face à instabilidade do mercado europeu, «as empresas não estão tão convencidas de que o acesso directo a este mercado ou a nossa situação geográfica nos coloquem em vantagem em relação a outros países», afirma Carlos Loureiro, Tax Managing Partner da Deloitte.
Outro resultado deste relatório:
- Para 47% das empresas inquiridas, o incremento do cruzamento de dados por parte dos serviços fiscais é a medida mais importante para combater a fraude e evasão fiscais, seguida de políticas de melhoria da forma como contribuintes e Administração Fiscal se percepcionam e relacionam, e do alargamento da dedutibilidade de certos custos, como forma de incentivar a exigência de facturas pelos bens/serviços adquiridos, ambas com 38%.