Fundo de impacto social sediado em Lisboa investe 2,5 milhões em software de recrutamento

A Platypus, software que ajuda empresas a melhorar os seus processos de recrutamento, anunciou a mais recente ronda de investimento de 2,5 milhões de euros liderada pelo fundo de impacto social Mustard Seed MAZE, do fundo de tecnologia nórdico Inventure, o fundo de investimento do estado Dinamarquês Vaekstfonden e outros.

 

A Platypus quer introduzir uma nova abordagem, em que a empresa avalia, analisa e acompanha o alinhamento dos valores de um colaborador com os valores e cultura da própria empresa. O software permite recolher dados variáveis e mensuráveis sobre o que os colaboradores realmente valorizam na empresa ao longo do tempo, identificando as áreas que precisam maior atenção, reduzindo assim o risco de perda de talento.

«O custo médio da rotatividade é de perto de 50 mil euros por colaborador, podendo chegar a 200% do salário-base de cargos altamente qualificados. Isto é um problema sério para muitas empresas no mercado actual, especialmente num momento em que transitamos para novas formas de trabalho mais flexíveis», explica Nico Blier-Silvestri, CEO da Platypus.

E acrescenta: «O futuro do trabalho, seja remoto ou não, resume-se a encontrar formas mais inteligentes de gerir o problema das más práticas em termos de recrutamento e retenção. Quase 90% dos colaboradores que abandonam precocemente o emprego – nos primeiros 18 meses de trabalho – fazem-no por questões de incompatibilidade com a cultura da empresa. Uma solução como a Platypus é um ponto de viragem na resolução deste problema.»

«A COVID-19 acelerou e globalizou a realidade do teletrabalho. Contudo, este fenómeno não é recente», destaca-se. Estudos de 2018 demonstram mais de metade dos colaboradores  em todo o mundo já trabalham remotamente pelo menos um dia por semana. Além disso, é expectável que a procura por teletrabalho aumente 30% até 2030 com a entrada da geração Z no mercado de trabalho.

Apesar dos benefícios, o trabalho remoto também traz alguns desafios, a comunicação e a colaboração entre colaboradores é mais difícil e o sentimento de solidão e isolamento pode aumentar.

Além disso, os colaboradores têm vindo a tornar-se mais exigentes em termos de bem-estar, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, assim como maior responsabilidade social corporativa aos seus empregadores. As empresas que não conseguirem perceber e adaptar-se à mudança das necessidades e expectativas, e ignorarem estas tendências, podem enfrentar grandes desafios para encontrar e reter talento.

«A Platypus avalia o alinhamento de valores e cultura de colaboradores numa determinada empresa por forma a maximizar a sua retenção e satisfação. Passamos grande parte das nossas vidas no trabalho. É fundamental reforçar o sentido de missão e satisfação nas funções que desempenhamos. A Platypus permite que equipas atinjam melhores resultados, combatendo sintomas de desalinhamento de valores. Esta equipa tem um historial sólido na indústria dos Recursos Humanos, o que lhes permite adoptar uma abordagem diferenciada», afirma António Miguel, partner da Mustard Seed MAZE, um fundo de impacto com sede em Lisboa e com investimentos em toda a Europa.

A Platypus foi fundada em Fevereiro de 2019 por Nico Blier-Silvestri e Daniel Bowen. Desde o seu lançamento, a empresa já trabalhou com vários clientes numa série de países como a Dinamarca, Letónia, Singapura, Suécia, Reino Unido e EUA, com vista a encontrar as pessoas certas para cada empresa, minimizando assim os custos de retenção dos colaboradores.

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