Gonçalo Rebelo de Almeida, Grupo Vila Galé: «É preciso continuar a investir na qualificação e requalificação»

Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé, constata, «a pandemia acabou por funcionar como o catalisador para um processo que estava a avançar de forma tímida e que terá agora de seguir o seu caminho, provavelmente com modelos híbridos genericamente implementados no seio das organizações. No entanto, há necessidade de continuar a investir na qualificação e requalificação das pessoas, sejam eles colaboradores ou líderes, para que este processo funcione em pleno». 

«Os colaboradores e os líderes estavam preparados e responderam positivamente às alterações introduzidas pela pandemia, nomeadamente o trabalho remoto. Penso que esta conclusão resulta do facto de que muitas organizações já tinham iniciado, no período pré-pandemia, algumas transformações nos processos de trabalho com maior recurso a tecnologias e plataformas digitais e, nalguns casos, já com processos de trabalho remoto implementados. Já existindo os meios e a vontade de o fazer, a pandemia acabou por funcionar como o catalisador para um processo que estava a avançar de forma tímida e que terá agora de seguir o seu caminho, provavelmente com modelos híbridos genericamente implementados no seio das organizações. No entanto, e como resulta também do estudo, há necessidade de continuar a investir na qualificação e requalificação das pessoas, sejam eles colaboradores ou líderes, para que este processo funcione em pleno. Há que trabalhar melhor o quadro de funções dentro das organizações e implementar modelos de medição da produtividade com base em KPI [key performance edicators] objectivos e com responsabilidade por parte das equipas. Os líderes terão de desenvolver acções internas que permitam manter os níveis de engagment com a organização, desenvolver ferramentas de planeamento e acompanhamento, e caberá a todos aproveitar as ocasiões de trabalho presencial para momentos colaborativos, de inovação e criatividade. A manutenção de regimes de trabalho remoto à escala global poderá ser positiva para Portugal, potenciando que, num mundo global, mais pessoas escolham Portugal como local para residir ou trabalhar, de forma permanente ou temporária.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Junho (nº. 126) da Human Resources, no âmbito da XXXVI edição do seu Barómetro.