Governo quer duplicar número de startups e de investimento no ecossistema

«Temos de olhar para a economia e para o processo de digitalização e transformação como uma excelente oportunidade para nos conseguirmos posicionar ao nível internacional, não só como país fortemente inovador, mas também que se assume como líder e uma referência na área da inovação e do conhecimento. Este é o desafio que deixo às nossas empresas».  A afirmação é do secretário de Estado para a Transição Digital, André Aragão Azevedo, que abriu o webinar “A Step Into the Future”, promovido pelo Jornal Económico e pela Huawei.

 

Para André Aragão Azevedo, «temos hoje um Portugal mais inovador, mais aberto ao conhecimento e mais digital. Mas a verdade é que temos mais ambição e queremos ir mais longe em matéria de inovação, seja na Europa, seja no Mundo». Considerando que «estamos num momento único», quer pela crise provocada pela pandemia, quer ainda porque Portugal está a seis meses de presidir ao Conselho da Europa, o governante entende que o país poderá fazer a diferença na agenda europeia e na definição das suas prioridades e apostas estratégicas.

E as metas do Executivo definidas no Plano de Acção para a Transição Digital são ambiciosas, quer ser um motor da inclusão e da aceleração económica, focando-se nas pessoas, empresas e AP. Além de apostar fortemente na Educação, formação e qualificação, através de vários projectos, pretende-se ainda, como destacou o governante, clarificar a estratégia digital da AP, aumentar a oferta de serviços digitais do Estado, simplificar a contratação pública e facilitar e digitalizar serviços.

Na transformação das empresas e do tecido empresarial, em termos de empreendedorismo, há um «objectivo muito claro de duplicar o número de startups das actuais 2,5 mil para cerca de cinco mil e duplicar o investimento no ecossistema, de 470 milhões de euros para cerca de mil milhões. O que será feito tornando o ecossistema empreendedor mais atractivo e tirando partido da rede disseminada de incubadoras e aceleradoras no país», referiu o secretário de Estado para a Transição Digital.

Pretende-se ainda «dar continuidade ao programa indústria 4.0, com o seu objectivo ambicioso se impactar 20 mil empresas, capacitar 200 mil trabalhadores e desenvolver 350 transformadores», adiantou o secretário de Estado. Que destacou ainda que, pela primeira vez, através do digital, há a capacidade de «criar condições no Interior para atrair e reter talento, com mais empresas e postos de trabalho».

Uma das chaves passa por aproximar o ecossistema científico do ecossistema empresarial, para o robustecer e criar condições de capacidade de maior resposta em situações de crise, como a que vivemos. A estratégia passa também por desregulamentar áreas fortemente reguladas, criando o conceito de zona livre tecnológica, com condições de experimentação e de inovação mais simples e fáceis. O que será um argumento para captar mais investimento, já que se pretende nessas áreas ter projectos de especialização.

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