Governo reconhece a necessidade de «valorizar salários» e espera acordo na Concertação Social

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares reconheceu a necessidade de «valorizar salários», esperando que o Acordo de Competitividade e Rendimentos discutido em sede de Concertação Social veja «a luz do dia» brevemente.

«O salário mínimo nacional aumentou significativamente nos últimos anos, (…) o salário médio tem vindo a aumentar significativamente, mas sabemos, e temos consciência, que é preciso hoje olhar para a política de salários e valorizar os salários e, por isso, esperemos que este acordo na Concertação Social veja a luz do dia tão breve quanto possível», declarou Ana Catarina Mendes.

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares discursava no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, no âmbito da conferência «Em nome do futuro: os desafios da juventude», organizada pela Santa Casa da Misericórdia e pela Rádio da Renascença.

Num discurso em que abordou os vários eixos do segundo Plano Nacional para a Juventude, aprovado em Agosto, Ana Catarina Mendes, que também tutela a área da juventude, sublinhou que um dos objectivos dessa estratégia é «a emancipação e autonomia dos jovens», que passa pela «questão do emprego» jovem.

Segundo a governante, a actual taxa de desemprego jovem situa-se nos 16,7%, um valor mais baixo do que o que se tinha registado em 2015, quando o primeiro Governo de António Costa tomou posse, altura em que essa taxa se situava nos 32%.

«Continuaremos a trabalhar, e teremos de continuar a trabalhar, para que o desemprego jovem diminua, mas este é o número mais baixo do desemprego jovem dos últimos 20 anos, fruto das políticas públicas de criação de emprego, de modernização da nossa economia, de aposta nas qualificações e naqueles que são os nossos jovens mais qualificados», referiu.

Ana Catarina Mendes defendeu que a melhoria dos salários é «o grande objectivo desta legislatura do Governo», sendo essa a razão pela qual «foi já colocado em sede de Concertação [Social] o acordo de competitividade e rendimentos».

A governante reconheceu, no entanto, que, se se comparar com os restantes países europeus, Portugal tem «sempre salários mais baixos» e reiterou que é necessário que os «salários possam evoluir».

Além da questão do emprego, Ana Catarina Mendes abordou também o tema da habitação, considerando que se trata de uma «questão que é transversal à sociedade, mas obviamente é um obstáculo à autonomização dos próprios jovens».

A ministra recordou que o Governo «estabeleceu a meta da habitação a preços acessíveis, com as rendas acessíveis, de forma a que seja mais fácil para os jovens inserirem-se na habitação».

«A habitação é um problema que tem de ser colocado em cima da mesa, que está colocado em cima da mesa, à procura de respostas, que, de resto, foram evidentes a semana passada com a vinda de muitos estudantes para o ensino superior e a falta de vagas na habitação», disse.

Ana Catarina Mendes sublinhou assim que, «para cumprir este objectivo de emancipação e de autonomia dos jovens, nada melhor do que habitação condigna a preços acessíveis, empregos de qualidade para a sociedade, incluindo os jovens, e também valorização salarial, que é absolutamente essencial».

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