GPTW: «A proposta de valor não se centra em salário e alguns benefícios mais comuns»

Já pensou em trabalhar no SAS Institute Software, Mind Source, ERA Imobiliária, GSK, Webhelp Braga ou Cisco Portugal? Se sim, é porque os nomes dessas marcas de alguma forma nos chamam a atenção. Em comum, podemos afirmar que são marcas empregadoras fortes e, não por acaso, também são reconhecidas por promoverem um óptimo ambiente de trabalho.

 

Se os clientes são os melhores e maiores embaixadores das marcas, fácil será de compreender que os colaboradores são os melhores e maiores embaixadores da sua empresa. Assumindo esta premissa, não poderemos falar de Employer Branding sem falarmos de Employee Experience.

Há uma forte relação entre Employer Branding (EB) e Employee Experience (EX). A primeira é o estímulo na vontade das pessoas a trabalhar em alguma organização, a segunda é a jornada, o conjunto de experiências que o colaborador vive com a organização. Trabalhar o EB com uma EX consistente é o segredo para a maximização e percepção de valor da marca, pois contempla acções internas e externas, que resultam em melhoria da imagem da empresa no mercado, sendo ferramentas estratégicas para atrair, captar e manter talentos. Através deste plano, a equipa de Recursos Humanos consegue disseminar de modo mais eficiente a mensagem interna e externa, pois está apoiada em factos vividos pelos colaboradores.

O reconhecimento por meio do Programa de Certificação Great Place to Work® e candidatura aos Best Workplaces™ em Portugal, resulta principalmente da avaliação por parte dos colaboradores da sua experiência no ambiente de trabalho. Analisando esta experiência, observa-se que, em média, 91% dos colaboradores dos Best Workplaces™ Portugal, edição 2021, afirma que a sua empresa é um excelente lugar para trabalhar.

Com a procura cada vez mais competitiva pelos melhores talentos, uma das formas que pode facilitar o preenchimento das vagas é a referência por parte de colaboradores, uma vez que já conhecem a cultura e os valores da organização, facilitando o “fit cultural” com o futuro colaborador. Tendo isto em linha de conta, os Best Workplaces™ em Portugal implementaram práticas que estimulam a referência de amigos/familiares, para as vagas em aberto, recompensando-os (quer financeiramente, quer através de vouchers, etc.), caso a pessoa seja contratada e permaneça na organização, por um período de tempo previamente definido.

Como se pode observar pelo facto de 90% dos colaboradores afirmar que recomendaria a empresa a amigos/familiares como um excelente lugar para trabalhar, e 93% sentir orgulho em dizer que trabalham na empresa, os colaboradores dos Best Workplaces™ são autênticos embaixadores da marca empregadora.

«É com enorme orgulho que a Webhelp Braga recebe este reconhecimento pela terceira vez consecutiva. Num ano de grande impacto na nossa vida, esta avaliação positiva dada pelos nossos colaboradores torna-se ainda mais importante, e revela que as mudanças que fizemos no ano passado foram as certas para que a nossa equipa continuasse a sentir os valores da Webhelp, mesmo à distância. Suportados no pilar “People First”, e tendo como grandes prioridades a satisfação e o bem-estar dos colaboradores, foi com grande satisfação que vemos que o resultado acabou por ser melhor do que aquele obtido em 2020.» Carlos Moreira, CEO

 

O que os faz ficar
Importa, também, analisar os motivos que fazem os colaboradores permanecer nas organizações Best Workplaces™, sendo que os dois principais são: o equilíbrio entre vida pessoal/profissional e as oportunidades de crescimento/desenvolvimento. Seguindo-se o alinhamento entre os valores do colaborador, com os valores da empresa.

Já motivos típicos de anos passados, ocupam agora os últimos lugares. Estamos a falar da política de remuneração/ benefícios e da estabilidade. Curioso é observar que os colaboradores que “escolhem” o alinhamento de valores, são os que registam o Trust Index©, ou seja, o índice de confiança na organização mais elevado, 91%, embora muito próximo do observado pelos colaboradores que optaram pelas “oportunidades de crescimento/desenvolvimento”. Já os colaboradores que optaram pela política de remuneração/benefícios e pela estabilidade, são os que têm o índice de confiança mais baixo, respectivamente 75% e 61%.

 

Factores de retenção
Após a constatação por meio destes indicadores, é impossível não apontar a cultura como o pilar que sustenta o todo. Ela é caracterizada pelas formas de pensar, sentir e agir, que são compartilhadas pelos colaboradores de uma organização, com certa regularidade. É um reflexo do funcionamento da empresa no dia-a-dia e de como as relações e decisões se organizam e acontecem.

Para auxiliar as empresas a identificar a cultura que está instalada, o Great Place to Work® tem um método centrado nas políticas e práticas de recursos humanos, utilizadas para a gestão de pessoas, o Culture Audit©. Neste modelo, contemplamos nove áreas culturais, através das quais as organizações podem criar o seu ambiente de confiança, além de fomentar as atitudes e comportamentos desejados para esta cultura, além de impactar positivamente na experiência do colaborador.

 

Escute as pessoas
Todas as soluções começam com um bom diagnóstico. Para desenhar um código de cultura que dialogue com a realidade da organização, faça uma imersão no ambiente de trabalho. Converse com os colaboradores de hierarquias e tempos de casa diferentes, para diagnosticar os valores predominantemente percebidos. Certifique-se de que todos na empresa têm a sua percepção considerada. A pesquisa de clima organizacional é uma óptima forma de obter essa percepção.

Garanta que as pessoas possam expressar o que é importante para sua permanência na organização, e até mesmo quais os factores que tornam as propostas dos concorrentes tentadoras. Os resultados servem de base para todos os outros passos, que pretende dar para tornar a sua empresa uma referência de bom lugar para trabalhar. Sem dúvidas que a metodologia do Great Place to Work® é o principal benchmark global para este tema.

Desenhe uma EVP (Employee Value Proposition) consistente da sua empresa para os talentos. Empresas que conhecem bem – e valorizam – sua cultura, adequam-se mais aos muitos momentos de mudança que o mundo exige. As práticas mudam, os currículos mudam, mas os valores mantêm-se firmes e fortes, o que faz com que estas empresas saibam escolher melhor a equipa que vai “remar junto” – não importa quais correntezas que terá pela frente.

«Por que é que um profissional muito requisitado escolheria vir trabalhar para a minha empresa?» Esta é a pergunta que a EVP responde. Mas, calma, o que é EVP?

A proposta de valor não se centra em salário e alguns benefícios mais comuns, mas sim em todo o resto, que é intrínseco à empresa e ao seu quotidiano.

A // Missão, Propósito e impacto;
B // Modelo de negócio;
C // Desafios de negócio ou tecnológicos;
D // Estilo e forma de gestão interna;
E // Oportunidades de crescimento.

Quando a empresa se propõe a ir além do convencional, a tendência é que o comprometimento e a dedicação ao trabalho ultrapassem o limite e o colaborador adopte a postura de “dono” — vestir a camisola e preservar a imagem da empresa, passam a ser escolhas e não uma obrigação.

Validar o EVP e comunicar claramente, interna e externamente, o que a organização representa, permite assegurar que os esforços no recrutamento sejam suportados com eficácia, na sua retenção (equilibrar a perspectiva interna e a externa). Paralelamente a isto, capacite a liderança para o uso e comunicação das práticas: a Employee Experience precisa ser vivida no dia-a-dia do negócio. O walk the talk não pode ser só uma propaganda.

Muito além do Marketing e dos Recursos Humanos, o Employer Branding fala de pessoas para pessoas. Por esta razão, não se esqueça:

1 // Employer Branding começa de dentro para fora.
2 // Employee Experience suporta-se nos valores e na estratégia da organização.
3 // Os colaboradores são os advogados de defesa da sua organização e os seus maiores divulgadores.
4 // Certifique o bom trabalho realizado e coloque-se à prova, por meio do Programa de Certificação e a candidatura aos Best Workplaces™ Portugal.

E o resultado disto será: Melhores Lugares para Trabalhar!

 

Este artigo faz parte do Especial “Employer Branding”, publicado na edição de Abril (n.º 124) da Human Resources, nas bancas.

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