Grupo Casais: Uma cultura de proximidade e de desenvolvimento de pessoas

Seis décadas de história trazem ao Grupo Casais uma experiência ímpar no sector da construção. O sucesso tem sido alicerçado nas suas pessoas, e sua formação e desenvolvimento uma prioridade assumida. Esta é também a melhor resposta a um dos grandes desafios que a empresa enfrenta actualmente: a escassez de profissionais.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Criada em 1958 sob a designação António Fernandes da Silva & Irmãos, Lda., a Casais marca presença há mais de 60 anos no sector da engenharia e construção, tendo vindo a ampliar a sua área de actuação nos últimos anos. Com a criação do grupo económico em 2000, que permitiu a reestruturação do negócio, a Casais está agora também presente nos sectores das especialidades e indústria, da promoção e gestão de activos. Conta com um universo de 4849 colaboradores, 1653 deles em território nacional.

Além de Portugal, a empresa actua hoje em mais 16 mercados, realidade que faz com que a Casais tenha na internacionalização um forte alicerce, o que se percebe ao verificar que esta representa mais de 80% do volume de negócios global. Aliás, esta é uma aposta para manter, em simultâneo com a melhoria contínua de processos, a inovação, a digitalização do negócio e a construção sustentável. Quem o revela é António Carlos Rodrigues, presidente da Comissão Executiva do Grupo Casais, que revela que uma das maiores dificuldades no alcance desses objectivos é a falta de mão-de-obra. «Não é fácil contratar. O sector tem vindo a perder atractividade ao longo dos anos, tendo sido penalizado pela crise da última década. E, com a COVID-19, os fluxos de entrada de migrantes ficaram prejudicados, o que levou a um declínio na quantidade total de pessoas na profissão», constata. «Com o aumento do volume de empreitadas, o mercado entrou em défice e isso é notório, sobretudo em áreas como encarregados, pedreiros, técnicos de pré-construção e carpinteiros de cofragem.»

De modo a colmatar essa dificuldade, o Grupo tenta encontrar alternativas, apostando mais na formação e no desenvolvimento, tanto dos jovens como dos adultos. «Ensinamos e desenhamos o seu percurso de carreira através de programas de trainees e de reconversão profissional, com a Academia Casais e os nossos parceiros», revela o responsável. «Num mundo com imensas desigualdades, temos um papel de inclusão social promovido pelo desenvolvimento de competências e de carreira, e não falamos apenas de riqueza monetária, mas sim de riqueza social em forma de conhecimento, agregada a um legado cultural de valores e princípios.»

 

Academia Casais
A Academia Casais é o veículo usado pelo grupo para o desenvolvimento das suas pessoas e do negócio, de forma sustentada e estratégica. «O conhecimento é um dos nossos valores, pelo que a Academia Casais tem como visão capacitar as pessoas, inspirando-as para “descolar” a fronteira do conhecimento e da mestria », reforça o presidente da Comissão Executiva do Grupo Casais. «Ali temos o objectivo de trabalhar as melhores práticas e expertise.»

É assim que, nas palavras de António Carlos Rodrigues, a mestria e os valores transmitidos pelo fundador, Mestre Casais, persistem e são incutidos diariamente na vida do grupo, assumindo-se como a linha orientadora da sua cultura organizacional. «A cultura Casais é muito própria e tem os seus valores muito vividos e presentes nas pessoas. A nossa cultura distingue-se pela sua simplicidade e proximidade às pessoas, desde a administração ao operacional que se encontra no terreno.»

 

Meet & Greet Casais
Para reforçar esta cultura, uma das iniciativas levadas a efeito pelo Grupo Casais tem a designação de Meet & Greet, que consiste numa sessão para dar a conhecer o grupo. «Nela está presente a administração e os principais directores ligados ao negócio, por isso é uma oportunidade para interagir de uma forma mais aberta» com a liderança. O objectivo é que os profissionais «tenham a possibilidade de conhecer mais o Grupo Casais, ao mesmo tempo que mostram o seu potencial, uma vez que com este evento procuramos talento, novas ideias e projectos, e quem saiba fazer diferente», partilha António Carlos Rodrigues.

Dividido em quatro momentos – Dinâmica de Grupo; Pitch; Speed Interview; e Meet the Board – o Meet & Greet existe desde 2019, sendo que cada edição consiste em duas sessões, uma na região Norte e outra a Sul. «Apesar de a segunda edição, que estava preparada para Abril de 2020, ter sido cancelada devido à COVID- 19, a iniciativa é para continuar pois a partilha de experiências é uma das melhores fontes de relacionamento e de interacção humana», garante.

 

A importância da cultura
Questionado sobre o que faz do Grupo Casais uma boa empresa para se trabalhar, António Carlos Rodrigues não hesita na resposta: «Cultura organizacional, de proximidade e de desenvolvimento de pessoas, além de uma aposta clara na inovação e na industrialização. A estes, que são os chavões diferenciadores do nosso grupo», junta-se a preocupação da Casais com «a segurança e bem-estar das nossas pessoas e a procura da definição de políticas transparentes e de desenvolvimento pessoal e colectivo.» Perante isto, mais do que dificuldades, o Grupo Casais encara a diversidade de negócio e cultural, bem como a actividade internacional, como «um desafio e uma oportunidade de crescimento » das suas pessoas e do Grupo.

Assumindo como missão «gerir com mestria e inovação, privilegiando parcerias estratégicas e novos mercados alicerçados numa cultura de excelência e de sustentabilidade », o Grupo Casais trabalha para manter esta visão viva e activa dentro da organização. «Por isso, apostamos em projectos de inovação e de capacitação das nossas pessoas, para que se sintam preparadas e envolvidas de modo a contribuírem para os objectivos globais do negócio e da organização.»

 

A incontornável pandemia
A acrescer aos desafios já referidos por António Carlos Rodrigues, a COVID-19 também não pode ser ignorada, pois, para além de emergência de saúde pública, trouxe grandes alterações ao mundo do trabalho. No caso do Grupo Casais, e apesar de o teletrabalho não ser opção para a maioria das suas actividades, o impacto também se fez sentir. É preciso ter em conta que o sector da construção representa 17,4% do PIB, o que faz dele um sector prioritário para o crescimento e económico e desenvolvimento de Portugal, faz notar o responsável. «O Grupo Casais é o maior empregador privado nacional, pelo que a prioridade foi colocar as nossas pessoas em segurança. Para isso, repatriámos os nossos colaboradores de nacionalidade estrangeira para os seus países de origem, de forma a sentirem-se na zona de conforto com as suas famílias, e repatriámos para Portugal os nossos colaboradores portugueses.»

Já os colaboradores com funções backoffice iniciaram o regime de teletrabalho em Março 2020, primeiro os colaboradores identificados como grupo de risco, alargando- se o regime a partir do momento em que encerraram as escolas. «Ao longo destes cerca de 18 meses, as funções directas da operação, ou seja, da área da produção, mantiveram- se sempre no activo, procurando sempre a empresa, no nosso dia-a-dia, proteger a operação, as pessoas e as suas famílias e, por sua vez, o negócio.»

Ponto de honra para o Grupo Casais foi nunca deixar de assegurar a proximidade às suas pessoas. «O ADN Casais, nomeadamente o valor do humanismo, é a base da preocupação com as pessoas.» Para o presidente da Comissão Executiva, «sempre existiu, e continua a existir, uma forte procura de proximidade com as pessoas, mesmo com a distância e a dispersão geográfica das diversas frentes de trabalho e ultrapassando, actualmente, os 4800 colaboradores espalhados pelo mundo».

Para que essa proximidade não deixasse nunca de ser alcançada, o Grupo aposta cada vez mais no digital, que «passou a ser mais um meio de comunicação interna de partilha e de informação». Simultaneamente, «as equipas procuraram incutir dinâmicas entre áreas de modo a combater o distanciamento físico e a conseguir manter uma interacção mais pessoal».

Sobre o ano que agora se inicia, António Carlos Rodrigues partilha que está a ser encarado pelo Grupo Casais como um desafio, «à semelhança de todos os anos. Encaramos 2022 com optimismo porque sabemos que temos bons colaboradores, preparados para lidar com a adversidade e prontos para agarrar as novas oportunidades. » O pós-pandemia é visto pelo responsável como um futuro com grandes mudanças. «A COVID-19 acelerou muitas alterações, principalmente na dinâmica do trabalho, na dimensão social e muitas outras ainda por identificar, mas isto faz parte da evolução da sociedade, e nós, na construção, sempre fizemos parte desse processo para preparar e responder às novas necessidades da sociedade em geral.»

 

Este artigo foi publicado na edição de Janeiro (nº. 133) da Human Resources, nas bancas. Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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