Há falta de mão-de-obra no sector da Construção e Imobiliário. São estes os perfis mais procurados

A Hays analisou o o mercado da Construção e Imobiliário, identificando quais os perfis mais procurados e três tendências que vão marcar o sector.

 

De acordo com a Hays, o mercado da Construção e Imobiliário demonstrou ser um dos mais resilientes durante o ano de 2021. Os promotores imobiliários não pararam de procurar investimentos e muitos dos seus projectos encontram-se agora em fase de obra. Por outro lado, foi um ano marcado pela escassez de mão-de-obra no sector aliado a uma crise de matérias primas e pela dificuldade de agilizar serviços municipais face aos licenciamentos.

Em 2022, deverá continuar a faltar mão-de-obra no sector. «Os perfis de director de Obra e encarregado geral serão muito procurados, pelo contínuo crescimento e investimento no mercado da construção e desenvolvimento das obras públicas e privadas. Os empreiteiros procuram profissionais experientes e capazes de assumir a responsabilidade da dimensão das obras em curso. E, por sua vez, o sector imobiliário tem vindo a apostar em perfis de Gestão de Projecto e ligados às vendas e marketing, com o objectivo de promover o seu produto e conseguir o seu desenvolvimento nos diferentes canais de comunicação», conclui João Fonseca, section manager na Hays.

A Hays revela ainda que a pandemia veio acelerar, de forma transversal, a digitalização do mercado de trabalho, onde a construção e imobiliário não foram excepção. As empresas estão a apostar muito na digitalização o que leva a uma significativa melhoria dos processos e permite avanços ao nível do cumprimento de deadlines, custos e facilidade no acesso aos projetos.

No entanto, o section manager na Hays, refere que «sendo dois sectores conservadores, há ainda um caminho longo para a profissionalização e digitalização do sector. No entanto, importa destacar os diversos projectos previstos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como uma estratégia a longo prazo para a Renovação de Edifícios (ELPRE), embora ainda existem poucas medidas de apoio ao privado nesta matéria».

Para 2022 as perspectivas apontam para um ano desafiante neste mercado. João Fonseca refere que «é possível destacar três grandes acontecimentos que poderão influenciar o seu rumo»:

  1. O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde o Estado prevê o inicio de novos projectos na área da construção que poderão vir a contribuir para estimular o sector
  2. Por outro lado, o IVA Construção nos 23% poderá ser problemático para este mercado. Esta situação tem disparado os preços da construção e os investidores privados não olharão para o imobiliário de classe média, tendo em conta o valor dos impostos, tornando-se inviável o desenvolvimento deste tipo de projectos.
  3. Por último, o fim dos Vistos GOLD poderá tornar-se um entrave ao desenvolvimento de grandes projectos em Portugal, levando os investidores a olhar para outras geografias para investir.
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