IA é maior transformação tecnológica das últimas décadas. E Portugal não está atrasado, garante presidente da ACEPI

O presidente da ACEPI, Alexandre Nilo Ferreira, afirmou que a Inteligência Artificial (IA) está a provocar a “maior transformação tecnológica e produtiva das últimas décadas”, sublinhando que Portugal “não está atrasado” na adopção destas ferramentas.

 

«Talvez nunca tenha visto nada tão poderoso e tão rápido de adoptar e de ter resultados», disse o responsável da Associação de Economia Digital de Portugal (ACEPI) em declarações à Lusa.

Segundo o responsável, «o sector da saúde será daqueles que mais vai ser impactado», pela possibilidade de diagnósticos «muito mais rápidos e apurados do que um olho humano consegue fazer» e pela criação de «curas e vacinas para doenças devastadoras».

Portugal, acrescentou, «não está atrasado na média europeia» no uso de IA e noutros indicadores digitais.

O país “foi pioneiro” na digitalização do Estado, com «o reporting automático do IVA desde 2013» e a obrigatoriedade das compras públicas eletrónicas desde 2009, exemplificou.

«A infraestrutura tecnológica portuguesa é de excelência, com fibra óptica e data centers de alta velocidade», acrescentou o presidente da ACEPI, salientando que «80% dos portugueses usam internet todos os dias» e “90% já estão ligados”.

O responsável alertou, contudo, para a importância da “capacitação das pessoas”, frisando que «automatizar uma coisa que estava mal feita de origem é só tornar uma coisa má mais rápida».

O tema estará em debate no Portugal Digital Summit 2025, organizado pela ACEPI e pela Goinext, nos dias 22 e 23 de Outubro, em Lisboa, que o responsável descreveu como «o maior evento de transformação digital em Portugal», com «mais de 150 oradores e dez palcos temáticos».

O encontro contará com a presença do ministro Adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, e a apresentação do novo “Estudo da Economia Digital em Portugal”, elaborado em parceria com a Porto Business School.

Entre as áreas em destaque estão a inteligência artificial, a cibersegurança, a mobilidade, a sustentabilidade e a inovação.

«Queremos inspirar empresas e pessoas a liderar com tecnologia, mas também com propósito humano», afirmou, sublinhando que «Portugal pode e deve ser o hub digital europeu, ligando a Europa à lusofonia, a África e à América Latina».

Sobre os riscos da IA, defendeu que «as empresas devem usar sistemas de IA em circuito fechado para garantir segurança», lembrando que «muitos colaboradores carregam dados sensíveis sem saber se estão protegidos».

Ainda assim, considerou que «a IA está relativamente bem regulada na Europa» e que o desafio agora passa por «optimizar a informação das empresas para que os motores generativos as reconheçam», surgindo uma nova disciplina, a «Generative Engine Optimization (GEO)».

«Estamos perante uma revolução comparável à do computador pessoal ou da internet […] a diferença é que esta está a acontecer muito mais depressa», concluiu.

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