Imagina qual o rácio de alunos por psicólogo nas escolas portuguesas? Não é (nada) famoso

As escolas têm falta de psicólogos para apoiar os alunos, revela o relatório “Estado da Educação 2021”, que salienta o facto de alguns destes profissionais trabalharem simultaneamente em várias escolas e com diferentes níveis de ensino.

 

O Conselho Nacional de Educação divulgou a sua publicação anual, na qual faz um retrato do “Estado da Educação” em Portugal, analisando factores variados como os recursos humanos das escolas, de onde se destaca o pessoal não docente.

No ano lectivo passado, havia um rácio de um psicólogo para 744 alunos, segundo o relatório, que sublinha que tem havido uma «redução progressiva do número médio de alunos por horário de psicólogo equivalente a tempo integral, nos últimos quatro anos, no continente».

No entanto, este número continua acima do valor máximo definido por várias «organizações internacionais de referência, que sugerem que o rácio não deverá ultrapassar os 500 a 700 alunos por psicólogo».

O CNE sublinha que o rácio de alunos por psicólogo pode ser determinante para a qualidade dos serviços prestados, com a agravante de «frequentemente a acção destes profissionais se dividir por várias escolas e por diferentes níveis de educação e ensino».

A situação é bastante melhor nas ilhas: no ano passado, nas escolas açorianas, cada psicólogo tinha em média 419 alunos. No entanto, nesse ano, houve um aumento médio de 31 alunos por técnico especializado, interrompendo a tendência decrescente dos últimos anos.

Os psicólogos representavam mais de metade dos “Técnicos Especializados” que estão nas escolas, segundo o relatório do CNE, que indica que a maior parte dos 1509 horários é ocupada por psicólogos (636), seguindo-se os terapeutas da fala (366) e os terapeutas ocupacionais (137).

O relatório aponta ainda para a carência de Técnicos Especializados de Informática, necessários para «assegurar a qualidade do ensino, cada vez mais dependente de recursos tecnológicos e digitais».

O CNE salienta a importância do trabalho de todo o pessoal não docente, desde os «colaboradores que estão à entrada da escola até aos psicólogos, sublinhando que são cada vez menos desde 2013/2014.

No ano lectivo passado, havia nas escolas do continente 83.387 trabalhadores não docentes, sendo que era no norte do país que se encontram mais funcionários (19.765), seguidos da Área Metropolitana de Lisboa (12.853) e da região Centro (11.496).

Nos últimos anos, os directores das escolas têm solicitado ao ministério mais trabalhadores não docentes, sublinhando que são uma peça fundamental no funcionamento das escolas e no sucesso académico dos alunos.

Os trabalhadores não docentes também estão a participar nas greves que decorrem em todo o país desde Dezembro do ano passado, exigindo melhores salários e maior estabilidade profissional.

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