Independente da experiência ou da formação profissional, a estratégia desta empresa passa por atrair os melhores. Saiba como.

Empresa com um ADN digital, a República 45 segue uma estratégia de recrutamento diferenciadora. Tudo porque, independente da experiência ou formação profissional dos candidatos, a organização tem como estratégia recrutar os melhores. Esta opção leva a que dos quadros façam parte advogados, arquitectos e psicólogos. 

 

Por Sandra M. Pinto

 

Marta Fonseca, Partner and Head of Operations da República 45, revelou em entrevista à Human Resources que benefícios retira a empresa desta estratégia e que resultados têm sido alcançados.

Como surgiu e qual a filosofia base da República 45?
A Republica 45 é um grupo de empresas com ADN digital e um foco constante em performance. Desde o primeiro dia que sabemos que na área de serviços B2B aquilo que faz diferença é a qualidade dos recursos e a capacidade para associar tecnologia e processos ao serviço que oferecemos.
A nossa estratégia passa por atrair os melhores, independente da sua experiência ou formação profissional. Apesar do nosso core ser o marketing digital e foco no aumento dos resultados, temos nos nossos quadros engenheiros, advogados, psicólogos, arquitectos, gestores e muitas outras valências. Para nós as competências comportamentais são muito mais relevantes que as técnicas, porque essas nós temos a capacidade para as desenvolver internamente.

 

Têm vindo a crescer. Qual a razão ou razões desse sucesso?
Felizmente temos crescido uma média de 68% ao ano nos últimos 5 anos e este ano, mesmo com toda esta incerteza, esse crescimento mantém-se.
Esse sucesso deve-se, na minha opinião, a três factores. Sermos um grupo com ADN digital, que nasceu digital e tem todos os seus processos focados no digital. Com um foco constante em resultados e performance, o nosso objectivo é sempre fazer crescer o negócio dos nossos clientes e tudo o que fazemos tem isso como base. Por último, mas se calhar o mais importante, as pessoas, temos tido a capacidade para atrair e reter as melhores pessoas. Apostamos na sua formação e desenvolvimento, no aumento de responsabilidades e na progressão de carreira.

 

De que forma a política de Recursos Humanos e da motivação dos colaboradores se tem vindo a reflectir nos vossos resultados?
A politica de Recursos Humanos é assente no bem-estar dos nossos colaboradores. Acho que conseguimos criar uma cultura onde os colaboradores se sentem valorizados e gostam de trabalhar no grupo. Isso faz a diferença quando é preciso correr um quilómetro extra, e esse extra, que tentamos por em tudo o que fazemos, acaba por se reflectir nos nossos resultados. Todas as pessoas que trabalham no grupo sabem que é intenso, que existe pressão e que têm de ter capacidade para entregar, mas nós antes de exigir oferecemos e acredito que as pessoas acabam por reconhecer isso.

 

Têm uma rotatividade baixa. A que factores atribuem essa situação?
O principal factor é sem dúvida a nossa cultura. Tentamos que o foco seja sempre as pessoas e o seu bem-estar. Na República 45 as pessoas sabem que existem oportunidades, que existe progressão de carreira, que existe um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

 

Contratar com base na pessoa e sem foco na formação base. De que forma é que isto funciona e que benefícios traz esta opção à empresa?
Nós tentamos sempre avaliar o potencial e o foco das pessoas. Não nos preocupamos muito se a formação base é exactamente a que procurávamos.
Essa abordagem permite-nos ter pensamentos diferentes o que nos leva a olhar para os mesmos desafios/problemas de ângulos diferentes, aumentando assim o valor que podemos acrescentar aos nossos clientes. Nós queremos os melhores, se são advogados, médicos, engenheiros ou sem formação superior não nos é muito relevante. Acreditamos que qualquer pessoa, independente da formação, pode ser boa se fizer aquilo que gosta e estiver enquadrada numa cultura que a valoriza.

 

Podem dar alguns exemplos?
Eu por exemplo sou psicóloga clínica de formação, entrei na Boost Your Digital como gestora de projecto e agora sou sócia do grupo e giro uma equipa com mais de 40 pessoas. Temos a Margarida Barreiros Cardoso, arquitecta, começou como gestora de projecto e é actualmente sócia da Creatura, a Luísa Carvalho que é também arquitecta de formação e é neste momento gestora de projecto, gere uma equipa de quatro pessoas e é responsável por um dos maiores clientes do grupo. O Duarte Correia da Silva tirou o curso de direito e agora é nosso copy criativo. Temos várias pessoas de gestão hoteleira também, até um programador que trabalhava numa linha de produção industrial e aprendeu a programar connosco.

 

Como foi o “desenho” do vosso escritório?
O desenho do nosso escritório foi feito por nós. Precisávamos de mudar para um espaço maior devido ao nosso crescimento. Encontrámos o local ideal, fizemos entrevistas aos colaboradores para perceber o que mais valorizavam no escritório da altura e como gostariam que fosse o próximo escritório. Pensámos na dinâmica de todas as equipas e qual o ideal para cada um. Todos tiveram uma palavra a dizer. Criámos espaços comuns de diversão com setas e playstation, cabines para ter reuniões até 4 pessoas, salas de reuniões, salas open space e ainda um honesty bar.

 

Mantem-se esse escritório “válido” neste novo normal que exige distanciamento?
Sim. Temos várias salas, em dois pisos diferentes, e implementámos novas regras para permitir o afastamento entre pessoas e para que toda a gente se sinta confortável no seu local de trabalho.
Para aumentar o desfasamento entre as pessoas, também não é obrigatório ir ao escritório todos os dias.

 

Para que serve uma sala de pânico?
Exactamente para o que o nome indica. Local onde se pode entrar em pânico e deixar tudo lá. Na saída volta-se ao normal.

 

 Quais as práticas inovadoras implementadas?
Já antes de toda esta situação que vivemos tínhamos implementado a possibilidade de trabalhar a partir de casa um dia por semana. No verão temos um horário reduzido à sexta-feira (das 8 da manhã às 14 horas), na primeira sexta de cada mês mantemos o horário reduzido e fazemos um almoço de equipa que por norma se prolonga pela tarde dentro. Incentivamos a apoiamos financeiramente a formação individual de cada trabalhador, seja em Portugal ou no Estrangeiro. Todos os meses cada sócio tem de almoçar com um colaborador diferente, temos um plano anual para garantir que cada sócio almoça no mínimo com 12 colaboradores diferentes. Implementámos todas as tecnologias necessárias para conseguirmos trabalhar no escritório, em casa ou em qualquer lugar do mundo. Premiamos semestralmente os nossos colaboradores em função do seu desempenho. distribuímos pelos colaboradores 5% dos resultados semestrais da empresa, essa distribuição é feita segundo uma avaliação que é dada pelos próprios colegas.

 

Com a Covid-19 implementaram o trabalho remoto ou já existia essa prática na empresa?
Já existia esta prática. As pessoas podiam trabalhar de casa já até uma vez por semana. Com o aparecimento da Covid-19 alterámos para três dias obrigatórios no escritório e dois dias opcionais em casa. Acreditamos que este modelo misto será o novo normal.

 

Conciliar vida profissional com vida pessoal é uma preocupação vossa?
Sempre. Qualquer pessoa que trabalha connosco sabe que conciliar a vida profissional com a vida pessoal é fundamental para a sua satisfação pessoal que tem consequências directas no seu desempenho profissional.

 

O que é o salário emocional, de que forma é implementado e como surgiu?
Somos preocupados com o salário emocional desde sempre. A nossa estratégia é sempre ouvir primeiro o que é mais importante para cada colaborador e tentar sempre ao máximo chegar às suas necessidades. Para uns o mais importante é o salário, para outros o reconhecimento, para outros promoções.
Para todos temos dinâmicas como prémios semestrais com base na avaliação de sócios e colegas; temos o honesty bar, oferecemos fruta, agua, café e chocolate quente; almoços de equipa na primeira sexta-feira do mês; reuniões semestrais de avaliação; reuniões de feedback regulares; team buildings e festas cooperativas; flexibilidade de horário; welcome kit com materiais personalizados do grupo; oferecemos o dia de anos; e muitas outras dinâmicas…

 

Que outras politicas de Recursos Humanos têm implementadas?
Temos também um almoço com os sócios, onde uma vez por mês cada sócio almoça com um colaborador sozinho.

 

De que forma olham para o futuro?
No contexto actual, o digital será cada vez mais importante para as empresas e, portanto, tentamos estar preparados e ser o mais flexíveis possível para conseguirmos estar presentes e ajudar os nossos clientes nos mais diversos desafios.
O nosso objectivo é sem dúvida continuar a crescer de uma maneira sustentável, onde os resultados dos nossos clientes e a felicidade dos nossos colaboradores estão em primeiro lugar.

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