Índice da Excelência: Premiar a excelência nas práticas de capital humano

Pelo quinto ano consecutivo, o Índice da Excelência distingue as empresas que apresentam o melhor clima organizacional e se destacam como entidades de excelência em Portugal, no que à Gestão de Pessoas diz respeito. Este ano, e como consequência do confinamento geral que se verificou em Portugal, o estudo considerou uma nova dimensão: novas formas de trabalho.

 

Por Ana Leonor Martins

 

A premissa de partida é simples e justifica que, mesmo num ano tão atípico e desafiante como foi o de 2020, em que uma pandemia para a qual ninguém estava preparado obrigou as empresas a reorganizarem-se e a redefinirem prioridades, não se tenha interrompido este estudo anual de clima organizacional e desenvolvimento do capital humano. E essa premissa é que as organizações aperfeiçoam-se no sentido de dar, cada vez mais, a melhor resposta a um mercado dinâmico e exigente, através das suas pessoas.

Para além de premiar as organizações com as práticas que mais impactam positivamente a satisfação e envolvimento das pessoas e com um ambiente diferenciador, capaz de promover uma maior retenção dos talentos e potenciar, consequentemente, o seu negócio, o Índice da Excelência pretende ser uma ferramenta ao serviço da melhoria da excelência nas organizações, dando a cada uma a oportunidade de identificar os seus pontos fortes e o desenvolvimento da gestão do seu activo humano.

No seu quinto ano consecutivo, é um estudo desenvolvido pela Neves de Almeida HR Consulting, em parceria com a Human Resources Portugal e o INDEG-ISCTE, e que dá conta do estado da arte das práticas de Recursos Humanos em Portugal em 2020, premiando as organizações que mais investiram e apostaram nas suas pessoas. Será interessante ver como os resultados evoluíram face ao anos anteriores e perceber se a pandemia veio secundarizar ou, pelo contrário, acentuar a importância da Gestão de Pessoas nas empresas.

Como habitualmente, a Human Resources apresenta em primeira-mão e em exclusivo os resultados da 5.ª edição do Índice da Excelência. De destacar desde logo que a situação excepcional por que todas as empresas passaram – sendo que obviamente a pandemia de COVID-19 afectou mais uns sectores do que outros – não afectou a tendência crescente que se verifica desde 2016 no indicador “Excelência Global”, tendo aumentado 1,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior (de 72,9% para 74,2%) e de 4,5 p.p. em relação ao primeiro ano do Índice da Excelência (69,7%). Outra tendência que se mantém é que a dimensão “Excelência na Gestão de Pessoas” continua a ser a que piores resultados apresenta, tendo registado este ano um índice de satisfação global de 68,6%, ainda assim melhor do que em 2019 (66,7%).

Numa análise por macrossectores de actividade, o índice de satisfação global dos colaboradores destaca a Consultoria e Serviços como o que apresenta excelência global mais elevada (80,6%), destacando-se em todas as variáveis. A que mais positivamente contribui para o resultado global é a Excelência no Clima (82,7%) e, no espectro inverso, a Excelência na Gestão de Pessoas (76,1%). O sector que volta a sobressair pela negativa é o Sector Público, com 59,3% de Excelência Global. O segundo sector pior classificado é o da Construção e Infra- -estruturas, mas a uma distância de quase 10 p.p. (69%).

Ao nível das iniciativas organizacionais, volta a destacar-se em primeiro lugar – e a uma distância de 19,1 p.p. do segundo – “melhorar as recompensas dos colaboradores” (69,5%), seguido por “apostar mais no desenvolvimento das pessoas (50,4%) e “apostar mais na gestão de talentos (47,2%). Não houve mexidas neste top 3 em relação a 2019, sendo no entanto de referir que a percentagem atribuída à necessidade de melhorar remuneração, benefícios e bónus em 2020 não foi tão elevada (desceu de 74,6%). “Apostar mais na Comunicação Interna” foi a aposta que os colaboradores consideraram menos importante por parte das suas empresas (19,7%), tendência que se verificou nas organizações de todas as dimensões.

No que respeita ao que mais retém os colaboradores das empresas, continua a não haver novidades no top 3, voltando a ficar assim ordenado: “gosto pelo trabalho que desenvolvo” (61,1%), bastante destacado do “equilíbrio entre vida pessoal e profissional” (34,9%), que surge em segundo, e da “relação com os colegas (27,4%), que aparece em terceiro lugar. Entre os factores que menos relevância assumem para os talentos não saírem das organizações estão a “formação adequada às necessidades” (considerado importante apenas por 4,4% dos inquiridos), a “inovação e vanguarda” (7,5%) e a “flexibilidade de horário” (13,2%).

 

Metodologia e caracterização
O Índice da Excelência organiza os vencedores tendo em consideração a dimensão das organizações e o macrossector de actividade. Em termos de dimensão, as organizações participantes distribuem-se da seguinte forma: 17,5% grandes empresas (mais de 251 colaboradores); 45,6% médias empresas (entre 51 e 250 colaboradores) e 36,9% pequenas empresas (entre 11 a 50 colaboradores).

Já em termos de representatividade por sector, voltam a sobressair os da Consultoria e Serviços Profissionais (27%) e Indústria (17%), seguindo-se: Tecnologia, Media e Telecomunicações (13%); Banca, Seguros e Serviços Financeiros (12%); Saúde e Farmacêuticas (9%); Construção, Infra-estruturas, Transportes e Logística (7%) e Sector Público (também 7%, o que traduz uma maior representatividade em comparação com o ano passado – 4%); Hotelaria, Turismo, Desporto e Ensino (6%); e Retalho e Comércio (3%).

Os resultados foram apurados tendo em conta as quadro dimensões habituais, às quais correspondem um conjunto de subdimensções:

  • Excelência da Dinâmica Organizacional (Aprendizagem Contínua, Orientação Estratégica, Orientação para o Cliente);
  • Excelência das Práticas (Coordenação e Integração, Informação e Comunicação, Práticas de Liderança, Desenvolvimento e Inovação):
  • Excelência do Clima (Bem-estar, Confiança e Compromisso Organizacional, Justiça);
  • Excelência da Gestão de Pessoas (Recursos de Trabalho, Desenvolvimento de Competências, Gestão de Talentos). A metodologia para apuramento dos dados teve por base três fases: 1)Classificação das organizações quanto aos critérios de dimensão e macrosector de actividade (num total de nove); 2) Apuramento dos resultados relativos aos colaboradores e à gestão de topo (de acordo com a seguinte distribuição: 50% inquérito de satisfação, 20% engagement, 10% taxa de participação e 20% inquérito à gestão de topo); 3) Apuramento dos rankings finais e organizações premiadas (com base nas análises quantitativas e qualitativas).

 

Assim, foram definidos rankings por dimensão – top 10 das grandes, das médias e das pequenas empresas, num total de 30 empresas premiadas, e um vencedor por cada macrossector de actividade considerado.

 

Conheça todos os resultados e principais conclusões na edição de Fevereiro (nº.122) da Human Resources nas bancas.

Ainda neste especial, leia também a entrevista a Gonçalo Salis Amaral, partner e responsável pela área de Consultoria da Neves de Almeida HR Consulting.

E conheça os casos práticos de algumas das empresas distinguidas, Moneris, Norauto, Brisa, CA Seguros, Doutor Finanças, Montepio Crédito, AEGON Santander Seguros, Beltrão Coelho, Stellaxius, AMCO Intermediários de Crédito, Cachapuz, Quilaban.

Ler Mais