Insolvências aumentaram 11,5% no primeiro trimestre deste ano

Apesar de um decréscimo de 15,7% das insolvências em Março, face ao período homólogo, o acumulado do primeiro trimestre de 2020, apresenta um incremento de 11,5%. As constituições de novas empresas diminuíram em 48%, dando um sinal do impacto da actual situação de pandemia. Os dados são da Iberinform.

 

O mês de Março registou uma diminuição das insolvências em Portugal, com 391 empresas insolventes, menos 73 que no período homólogo de 2019 (decréscimo de 15,7%). Apesar do agravamento dos negócios em Março, de acordo com a filial da Crédito Y Caucion, a queda registada é explicada, em parte, pela suspensão dos prazos estabelecida no âmbito da situação de emergência em Portugal. Considerando os dados de Janeiro e Fevereiro, o seu valor acumulado apresenta um incremento de 11,5% face ao ano passado, com mais 149 acções de insolvências.

Até ao fim de Março, as declarações de insolvências requeridas aumentaram 5,1% face a 2019, enquanto as apresentações à insolvência pelas próprias empresas evoluíram de 274 para um total de 359, o que traduz um acréscimo de 31%. Os encerramentos com plano de insolvência aumentaram 54,5% face ao ano passado evoluindo de 11 para 17.  O total de novas acções face ao ano transacto traduz o incremento trimestral registado.

Lisboa e o Porto são os distritos que apresentam números de insolvências mais elevados: 294 e 357 respectivamente, o que traduz aumentos de 7,7% em Lisboa, e de 7,9% no Porto, face a 2019.

No mapa nacional, os decréscimos mais acentuados nas insolvências registaram-se na Horta (50%), Coimbra (33,3%), Setúbal (14,9%), Beja (11,1%), Guarda (11,1%), Vila Real (11,1%), Ponta Delgada (10%) e Madeira (2,8%). Os aumentos face ao ano passado verificaram-se em Angra do Heroísmo (150%), Portalegre (100%), Castelo Branco (80%), Bragança (66,7%), Faro (38,8%), Évora (30%), Viana do Castelo (25%), Aveiro (24,3%), Santarém (22,4%), Braga (22%), Leiria (15,4%) e Viseu (13,8%).

No primeiro semestre deste ano, os sectores com os maiores aumentos nas insolvências foram a Electricidade, Gás, Água (200%), Indústria Extractiva (100%), Agricultura, Caça e Pesca (63,2%), Hotelaria e Restauração (23,2%), Outros Serviços (23,2%), Comércio a Retalho (20,1%), Comércio por Grosso (14%), Indústria Transformadora (9,7%) e Transportes (1,5%). Apenas três sectores apresentam decréscimos neste período: Telecomunicações (50%), Construções e Obras Públicas (11%) e Comércio de Veículos (4,4%).

 

Foram criadas menos empresas em Março
De acordo com os dados da Iberinform, as constituições de empresas no mês de Março passaram de 4457 em 2019, para 2319 em 2020, menos 2138 empresas em termos homólogos (decréscimo de 48%). Em termos acumulados verifica-se uma diminuição face a 2018 (11,4%) e 2019 (25,7%). No primeiro trimestre deste ano foram constituídas 11 898 empresas, menos 4118 que em 2019.

O número mais significativo de novas constituições regista-se em Lisboa com 3925 empresas (decréscimo de 22,3%) e no Porto com 2154 empresas (-25,9%). Todos os distritos apresentam diminuições sendo as mais significativas as que se registam em Évora (42,9%), Aveiro (40,6%), Angra do Heroísmo (38%), Leiria (35,9%), Bragança (34,1%), Viseu (30,7%), Braga (30%), Madeira (29,9%), Guarda (29,5%), Coimbra (-8,4%), Beja (28,1%), Vila Real (27,6%), Castelo Branco (25,9%), Setúbal (25,9%), Viana do Castelo (25,4%), Santarém (24,1%) e Faro (21,4%).

Excepto o sector de Electricidade, Gás e Água, que viu o número de constituições aumentar 18,5%, todos os restantes registam decréscimos, sendo os mais significativos os que se registam na Indústria Extractiva (76,5%), Indústria Transformadora (33,7%), Comércio por Grosso (31,3%), Construções e Obras Públicas (30,4%), Comércio a Retalho (28,6%), Comércio de Veículos (27%), Telecomunicações (26,5%), Hotelaria/Restauração e Outros Serviços (ambos com um decréscimo de 25,9%) e Agricultura, Caça e Pesca (24%).

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