
Iscte Executive Education: Um novo olhar sobre a formação executiva
A formação executiva do Iscte Executive Education tem vindo a apostar em formatos inovadores e disruptivos para enfrentar os desafios do mercado actual, com recurso a metodologias práticas como o action learning, simulações, desafios empresariais reais e tecnologias imersivas.
Esta abordagem visa acelerar o desenvolvimento de competências estratégicas, de liderança e de pensamento crítico, preparando os profissionais para actuar com eficácia em contextos de elevada complexidade e constante transformação. José Crespo de Carvalho, presidente do Iscte Executive Education, em entrevista à Human Resources, destaca os pilares que sustentam essa abordagem, da personalização dos percursos formativos de cada profissional, da importância do modelo de aprendizagem centrado na prática, passando por metodologias imersivas e o contacto com reconhecidos líderes empresariais. Indica também quais as áreas de conhecimento que se apresentam como prioritárias no futuro da educação executiva.
Em 2025, verifica-se uma intensa procura por competências de liderança adaptativa e humanizada. Paralelamente, observa-se também um reforço das habilidades relacionadas com a gestão da complexidade, agilidade organizacional e autonomia para a tomada de decisão em ambientes exigentes e de constante mudança. Ainda que a sustentabilidade e a inteligência artificial continuem a ser as áreas mais requisitadas pelos executivos, «as empresas começam a perceber que não basta falar de competências técnicas ou comportamentais isoladamente: é necessário trabalhar pensamento sistémico, visão crítica e capacidade de agir num mundo em constante mutação», explica o responsável da instituição.
O presidente destaca a crescente diversidade de perfis entre os participantes nas formações executivas, evidenciada pelo interesse em atrair profissionais vindos de start-ups, scale-ups, ONG e de sectores menos convencionais, em contraste com os perfis corporativos mais tradicionais. Na visão do responsável do Iscte Executive Education, a heterogeneidade torna-se essencial para enriquecer o debate, estimular o pensamento crítico e promover uma aprendizagem mais desafiante e transformadora. «O que nos interessa é a capacidade de cada participante trazer valor, questionar, provocar e, acima de tudo, crescer e fazer crescer o colectivo», sublinha. A pluralidade de experiências e perspectivas permite criar um ecossistema de aprendizagem mais dinâmico e alinhado com a complexidade dos desafios actuais, incentivando a co-criação de soluções inovadoras e o desenvolvimento de competências colaborativas.
Em relação aos programas que têm tido maior adesão este ano, o responsável destaca o cruzamento entre as áreas da inteligência artificial e gestão, na transformação digital centrada nas pessoas e numa liderança sustentável a longo prazo. José Crespo de Carvalho indica que os executivos, mais do que a vontade em adquirir competências técnicas, procuram investir em competências de liderança, de pensamento crítico e capacidade de tomada de decisão em momentos-chave para «liderar com propósito.» Os conteúdos formativos são ajustados em tempo real, com base no diálogo contínuo com os diversos stakeholders, desde o conselho estratégico até ao feedback dos alumni e das empresas. O modelo dinâmico e colaborativo permite que os programas se mantenham relevantes e alinhados com as exigências do mercado, sempre focados no «real life learning», assume.
A prática no centro de aprendizagem
A formação prática é um dos pilares centrais do modelo pedagógico do Iscte Executive Education, com destaque para as metodologias como o action learning, estudos de caso reais, simulações de decisão e desafios lançados por empresas parceiras. Para além disso, há um investimento em tecnologias imersivas como os ambientes virtuais de decisão em simulacro, que oferecem a possibilidade de testar hipóteses, analisar consequências e treinar competências técnicas e comportamentais em contextos realistas. A adopção de uma abordagem prática pela academia permite preparar os executivos para os desafios reais e complexos das organizações.
A instituição aposta também em formatos diversificados como o bootcamp de liderança sustentável, com foco no impacto ESG e gestão de stakeholders e a promoção do speed challenge de inovação em IA, onde os executivos têm a oportunidade de apresentar soluções para um problema real. Existem igualmente vários formatos de modelos de aprendizagem, adaptados aos vários níveis de experiência, como é o caso das pós-graduações, com a possibilidade de participação em formatos intensivos de fim-de-semana, inspirados no modelo do speed challenge. «O objectivo é sempre o mesmo: desafiar, testar, acelerar competências e permitir que o erro também faça parte da aprendizagem. E, muitas vezes, as ideias geradas nesses desafios ganham vida nas empresas», acrescenta o responsável.
A personalização dos modelos e formatos de aprendizagem é fundamental para garantir a sustentabilidade e a capacidade de inovação das formações executivas. Nesse sentido, o Iscte Executive Education tem vindo a apostar na construção dos learning journeys, concebidos à medida de cada organização ou empresa. Para os participantes individuais, a abordagem é também adaptada, com a disponibilização de planos de desenvolvimento pessoal de acordo com os objectivos de carreira e perfil profissional de cada executivo. Os planos incluem sessões de coaching, programas de mentoria e avaliação de progresso.
A vertente humanista é também assumida como um factor diferencial no modelo formativo do Iscte Executive Education. Em 2025, foi reforçada a presença de conteúdos focados na ética aplicada, liderança com propósito, organizações com impacto social e workshops de pensamento crítico aplicado à gestão, com a partilha de casos reais. O programa integra também a participação de líderes que partilham a sua trajectória e experiência, com o objectivo de gerar impacto real e duradouro na experiência dos participantes.
Dimensão e impacto global
O responsável destaca o reforço das parcerias da instituição com empresas líderes de vários sectores de actividade, nomeadamente energia, saúde, tecnologia e banca. Aponta ainda a aproximação com instituições académicas internacionais, incluindo Espanha, América Latina, África, Ásia, entre outros. «Tudo isto reforça a nossa missão: criar pontes entre conhecimento, acção e impacto», adianta. O responsável salienta ainda a parceria com o LAIOB (Latin America Institute of Business) e as colaborações com hubs de inovação e centros de pesquisa aplicada. O presidente do Iscte Executive Education revela ainda que a componente internacional se encontra, actualmente, estabilizada, apesar do contexto geopolítico incerto. A instituição tem vindo a consolidar a sua presença em países lusófonos, com o alargamento das actividades em Angola e Moçambique. Estão a decorrer também negociações avançadas no Médio Oriente e a exploração de novas oportunidades de colaboração no Brasil e na China. «A internacionalização é um objectivo e uma consequência da nossa proposta de valor», afirma.
O futuro da formação executiva
Três grandes eixos têm vindo a emergir como prioritários no futuro da formação de executivos para o Iscte Executive Education. O primeiro diz respeito à inteligência artificial integrada com pensamento estratégico e foresight, sendo necessário não apenas saber utilizar as ferramentas, mas também antecipar tendências e compreender o impacto nos modelos de negócio. O segundo eixo centra-se na liderança em contextos de disrupção, o que exige adaptabilidade e capacidade para tomar decisões rápidas em ambientes de incerteza. Por último, destaca as competências relacionais e humanas profundas, como a escuta activa, a comunicação eficaz e a capacidade de influenciar, qualidades que se revelam fundamentais para liderar com propósito e gerar confiança em equipas e organizações.
Perante os desafios da disrupção tecnológica e das transformações sociais que se adivinham até 2030, o Iscte Executive Education aposta numa formação que vai além da teoria. A academia privilegia, sobretudo, a experiência, o contacto dos profissionais com desafios reais, modelos de gestão adaptáveis, conhecimento sólido e, acima de tudo, com aplicabilidade imediata adaptada a cada contexto profissional. Refere ainda que o corpo docente se destaca por conhecer de perto a realidade das organizações, trazendo uma visão do terreno e comprometimento com o futuro. «Estamos a trabalhar para que os líderes pensem sistemicamente, actuem com agilidade e que mantenham consciência ética e social no processo», conclui o responsável da instituição.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Formação” que foi publicado na edição de Junho (nº. 174) da Human Resources.
Disponível nas bancas e online, na versão em papel e na versão digital.