Já ouviu falar de “loud quitting”? É bastante mais prejudicial do que o “quiet quitting”…
Uma investigação da Gallup revelou que um em cada cinco profissionais está a “desistir ruidosamente” dos seus empregos. O problema é que o “loud quitting” é bastante mais prejudicial do que o “quiet quitting”, avança o Insider.
Segundo a consultora Gallup, os profissionais que “desistem ruidosamente” do trabalho estão a minar os esforços das empresas, em contraste com a falta de engagement mais passivo dos trabalhadores que “desistem silenciosamente”.Parte inferior do formulário
O relatório “State of the Global Workplace 2023” da Gallup, publicado recentemente, revela que 18% dos profissionais inquiridos globalmente estão a fazer exactamente isso nos seus empregos. Segundo os resultados, os chamados “loud quitters” estão «activamente desconectados» no trabalho, ao contrário dos “quiet quitters”, que simplesmente «não se sentem envolvidos». O relatório incluiu dados de 122 416 pessoas empregadas, com mais de 15 anos, em todo o mundo.
Entre os 18% de “demissões ruidosas” e os 59% de “demissões silenciosas”, a Gallup estima que um fraco employee engagement custe à economia global mais de 8 triliões de dólares e represente 9% do PIB global.
Os trabalhadores foram categorizados com base nas suas respostas a 12 itens, como se têm diariamente a oportunidade de fazer o que fazem de melhor; se a chefia ou outra pessoa na organização se preocupa com os seus colaboradores; se a missão da empresa faz sentir que o seu trabalho é importante; e se tiveram oportunidades de aprendizagem e crescimento profissional no último ano.
“Quiet quitting” consiste em fazer o trabalho exactamente como descrito, sem ir mais além. Embora a prática não seja nova, ganhou popularidade num cenário pós-pandemia, à medida que os colaboradores tentavam estabelecer limites mais rígidos no trabalho e alcançar um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Enquanto os “desistentes silenciosos” tendem a ser mais passivos na sua falta de envolvimento, os “desistentes ruidosos” podem prejudicar activamente os objectivos do empregador e a própria marca, quando se trata de atrair novos colaboradores, diz Jim Harter, autor do relatório e responsável da gestão do local de trabalho e práticas de bem-estar na Gallup.
«Estão desligados da organização, mas também estão emocionalmente contra a organização, e vão exprimi-lo alto e bom som», revelou ao Insider. «Os loud quitters terão maiores probabilidades de aceitar um outro emprego rapidamente quando surgir, e não precisarão de tanto dinheiro para o fazer.»
A Gallup já monitoriza a percentagem de colaboradores activamente desligados há alguns anos, mas o termo “loud quitting” foi apenas introduzido neste último relatório para se referir a estes trabalhadores.
Os profissionais podem ser “desistentes ruidosos” por várias razões. Podem estar descontentes com uma função adequada, uma perda de confiança com a empresa, porém segundo Harter, a maior razão prende-se com a gestão, já que as chefias são responsáveis por 70% das flutuações na gestão de equipa.
«A causa deste “loud quitting”, e até mesmo do “quiet quitting”, está realmente associada à forma como as pessoas são geridas», afirmou.
Ao analisar as diferenças entre os colaboradores envolvidos e aqueles desligados da organização, a Gallup concluiu que os gestores devem ter como objectivo uma conversa significativa por semana com cada colaborador da sua equipa, para partilhar feedback, reconhecer esforços e dedicação, e debater objectivos e prioridades. Os colaboradores também valorizam ter uma palavra a dizer sobre como trabalham em equipa, por exemplo ajudar a decidir os modelos, logística e locais de trabalho.
«São apenas algumas coisas simples que podem mudar e revolucionar a gestão, se o fizermos da forma correcta», concluiu Harter.