KPMG: «Todos e cada um somos embaixadores da marca»
A KPMG acredita que ter um propósito muda tudo, e que a singularidade de cada um, o seu percurso e background são fundamentais para criar uma organização mais diversa, multidisciplinar, dinâmica e inovadora.
Este é o mote da mais recente campanha de recrutamento – “Muda com a KPMG” – que assenta em atributos que suportam a promoção de uma mudança positiva na sociedade, na empresa e nos seus colaboradores.
A campanha faz parte de uma estratégia de Employee Value proposition que procura chegar cada vez mais perto do talento, ir ao encontro dos seus interesses, daquilo que procuram numa empresa e transmitir-lhes a vivência na KPMG. Um dia-a-dia com dinamismo, suporte, desafio, ambiente colaborativo, onde é valorizado o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, numa empresa inclusiva e diversa, com políticas actualizadas de Responsabilidade Social. Em entrevista à Human Resources Portugal, Catarina Azevedo, People director, explica a estratégia de Employer Branding da KPMG Portugal.
Qual a importância desta estratégia para a atracção e fidelização de talento?
A estratégia de Employer Branding é central na atracção e retenção de talento porque é através dela que conseguimos comunicar os atributos da nossa marca, a especificidade e aquilo que nos diferencia das outras organizações. Este é um posicionamento que se quer dinâmico e evolutivo de acordo com as necessidades e os interesses das nossas pessoas, e daquelas que queremos que integrem a KPMG.
No entanto, uma estratégia só é relevante se se materializar em algo concreto, na vivência, nas acções, nas práticas, nas iniciativas aplicadas no dia-a-dia, e que possam impactar a vida de todos os que se juntam à KPMG. É isso que procuramos fazer, colocando as nossas pessoas no centro das decisões e proporcionando-lhes um ambiente de trabalho diverso, inclusivo, onde o seu trabalho é valorizado, e o seu percurso acompanhado de perto, em cada etapa da sua carreira.
Qual a proposta de valor da KPMG enquanto entidade empregadora?
A nossa proposta de valor, num sentido mais abstracto, está profundamente ligada à génese da nossa campanha “Muda com a KPMG” e assenta na certeza de que, na nossa organização, todos trabalham diariamente para a promoção de uma mudança positiva no mundo, movidos por um propósito, com o talento e a paixão, com a audácia com que nos posicionamos e com a escala que temos, apoiado nos nossos valores: integrity, excellence, courage, together, for better.
Numa perspectiva concreta, a proposta de valor pode ser instanciada pela qualidade dos projectos que fazemos, a diversidade de clientes e áreas de negócio ou o conjunto de benefícios bastante alargado que as nossas pessoas têm à sua disposição. Além disso, temos um ambiente de trabalho colaborativo e várias oportunidades de crescimento orgânico, com um acompanhamento da carreira de cada pessoa, desde o momento em que inicia o seu percurso na KPMG.
O que mudou na forma como a KPMG olha para o Employer Branding depois destes últimos anos de profundas transformações no trabalho?
O conceito de Employer Branding não pode ser estático, pressupõe dinamismo e actualização, acompanhando a evolução das perspectivas/expectativas das novas gerações. Esta adaptação é fundamental de forma a reflectir a nossa proposta de valor e a comunicá- -la de uma forma transparente, clara e humana. Esse aspecto tornou-se ainda mais evidente nos últimos anos com as alterações que temos verificado a nível global em termos de modelos de trabalho.
Sempre considerámos a estratégia de Employer Branding como fundamental para o sucesso dos processos de recrutamento, no entanto, as recentes mudanças levaram-nos a olhar para este conceito mais aprofundadamente. Neste momento, é por demais evidente que “one size does not fit all” e que temos de ter em atenção a diversidade de perfis, de interesses e de experiência das pessoas que queremos recrutar. Este é um aspecto relevante para o sucesso de qualquer estratégia de recrutamento e algo que os novos paradigmas de trabalho nos vieram mostrar.
Os novos modelos de trabalho obrigam a um esforço suplementar para manter o sentimento de pertença dos colaboradores relativamente à empresa? Porquê?
R. Uma vez que na KPMG não temos um modelo full remote e as pessoas, com maior ou menor frequência (há situações em que é possível ficar remoto até quatro dias por semana), têm de vir presencialmente ao escritório, com isso, conseguimos manter uma ligação forte à empresa e continuar a envolver as nossas pessoas, promovendo dessa forma o sentimento de pertença e a cultura organizacional. Além disso, nos momentos mais especiais da integração de um colaborador, como são os primeiros tempos na organização, procuramos garantir que há um maior tempo de permanência no escritório, precisamente para podermos assegurar que são bem integradas na nossa cultura e na forma como vivem a KPMG.
De que forma os colaboradores assumem um papel importante na comunicação da marca empregadora?
Todos e cada um somos embaixadores da marca. É transversal a todos, desde um novo colaborador saído da universidade, ao sócio com décadas de casa e até a comunidade Alumni. A partir do momento em que somos colaboradores da KPMG, a marca fica associada a cada um de nós.
As nossas pessoas têm um papel central não só na comunicação externa da marca, mas de todos os elementos que lhe são inerentes, como o propósito e os valores. É algo que trabalhamos internamente, nos processos de onboarding, mas não só, porque acreditamos que este envolvimento das nossas pessoas com a marca KPMG, a ideia de “vestir a camisola”, é muito importante na construção da nossa percepção pública e, consequentemente, tem impactos na reputação.
Quais as diferenças que estão a identificar nas novas gerações no que diz respeito à escolha de uma empresa para trabalhar?
As novas gerações têm uma forma diferente de ver o trabalho. Já não existe aquela lógica de há umas décadas, de fazer toda a carreira no mesmo sítio, o chamado “emprego para a vida”. A globalização, a multiplicidade de oportunidades e também uma personalidade mais audaz e corajosa, com menor receio do risco, fazem desta nova geração bastante especial. Os jovens são, neste momento, mais atraídos por projectos do que pela empresa X ou Y. Procuram um bom ambiente de trabalho, empresas socialmente responsáveis, que respeitem, e promovam as diferenças das pessoas, que sejam inclusivas e diversas.
A flexibilidade é outro aspecto relevante na agenda das novas gerações, nomeadamente no que diz respeito ao local ou ao horário de trabalho, sendo fundamental o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos colaboradores.
O desafio neste momento é conseguir gerir os interesses e necessidades destas novas gerações, com os das gerações anteriores, em que há diferenças muito relevantes. Numa empresa com mais de 1500 colaboradores como a KPMG, esse desafio é ainda mais evidente, mas considero que estamos a dar os passos certos para podermos chegar a toda a gente.
Quais as expectativas do talento jovem e de que forma a KPMG lhes dá resposta?
Além dos pontos que enunciei atrás, os jovens têm a expectativa, e valorizam, a possibilidade de poderem adquirir experiência internacional, em projectos globais desafiantes. Na KPMG, devido à nossa rede global, mas não só, desenvolvemos projectos em várias partes do mundo e essa é uma possibilidade que disponibilizamos às nossas pessoas.
Adicionalmente, sentimos que as novas gerações procuram um acompanhamento do seu percurso dentro da organização e, para isso, dispomos de um programa de mentoria que assegura a adaptação dos new joiners ao mundo profissional.
Por fim, e mais uma vez, a questão da diversidade de projectos e áreas em que podem trabalhar. Para as novas gerações, que procuram fugir a funções rotineiras, uma das principais expectativas é poder integrar equipas diferentes, trabalhar com clientes únicos, numa óptica de multidisciplinariedade e de abrangência que não é possível encontrar em muitas empresas em Portugal.
Que iniciativas/programas a KPMG tem para promover o Employer Branding interna e externamente?
A nossa estratégia de Employer Branding tem um desenho que assenta em atributos fundamentais da KPMG. A nossa proposta de valor para o mercado de talento, a qualidade no que fazemos, a transparência no que somos, um contexto de aprendizagem contínua assim como o ambiente colaborativo em que trabalhamos, são as mensagens que passamos nos momentos de comunicação, interna ou externamente.
Externamente mantemos uma ligação forte com universidades um pouco por todo o país, seja através de protocolos, seja pela presença em feiras de emprego, que continuam a ser um importante ponto de contacto com os estudantes. Criámos também um programa de embaixadores, em que elegemos um conjunto de jovens estudantes universitários, que são porta-vozes da cultura KPMG junto dos seus pares. Organizamos, ao longo do ano, os nossos K-Day, eventos de speed recruitment, que dão aos jovens talentos a possibilidade de, num só dia, passarem pelas várias fases do processo de recrutamento e selecção do nosso Graduates Programme.
Internamente, temos, por exemplo, um Comité de Inovação, para o qual chamamos as nossas próprias pessoas a contribuírem com ideias. Estamos, inclusivamente, neste momento a aplicar algumas delas. Fazemos anualmente um survey interno para recolher e avaliar a opinião das pessoas sobre o dia-a-dia na KPMG e que mudanças poderão ser feitas. Nesse âmbito criámos um Next Generation Council, que junta 30 pessoas, tipicamente das mais juniores da empresa, que analisaram os pilares que saíram deste inquérito, apresentaram-nos ao Conselho de Administração e têm vindo agora a construir um plano de acção para endereçar os principais desafios identificados.
Qual a receptividade destes programas ou iniciativas junto dos públicos externo e interno?
Temos tido uma óptima receptividade nas várias iniciativas que promovemos, seja interna ou externamente. No capítulo externo, por exemplo, nos dois K-Day que realizámos este ano, tivemos a presença de mais de 150 candidatos, um número muito relevante tendo em conta que estamos a falar do início do ano civil. Também nas feiras de emprego onde estamos presentes, tem havido uma interacção muito interessante com os estudantes, potenciada pela nossa nova campanha “Muda com a KPMG”.
Internamente, sentimos que há um envolvimento crescente das nossas pessoas naquilo que fazemos e que a possibilidade de cada um de nós ter um papel cada vez mais activo nas decisões e na estratégia da KPMG é algo que é valorizado. Acreditamos que esse é o caminho para podermos ter toda a gente motivada e unida em torno de um propósito comum.
Qual a estratégia da KPMG no que diz respeito ao desenvolvimento individual dos colaboradores e como é que este ponto é comunicado em termos de Employer Branding?
Procuramos proporcionar às nossas pessoas muitas oportunidades de desenvolvimento, tanto em termos de experiência profissional, como em termos de formação. Temos programas de avaliação individual muito completos, com vários momentos de check in e de feedback. Há programas de acompanhamento personalizado, com momentos de coaching e de feedback individual e frequente.
Estes são aspectos que procuramos evidenciar também na nossa estratégia de Employer Branding, através da comunicação da KPMG como uma marca que promove uma comunicação bidireccional honesta, empática e transparente, com expectativas claras em relação às nossas pessoas e que vê na meritocracia o pilar do desenvolvimento profissional dos seus colaboradores. Além disso, procuramos assegurar que somos uma marca com maior foco no outcome do que no input, ou seja, mais do que as horas trabalhadas, importa o que cada um entrega e a forma como contribui para cada projecto e o impacto que tem para o crescimento da organização.
Em que é que a experiência de trabalhar na KPMG é verdadeiramente única?
A experiência de trabalhar na KPMG é verdadeiramente única porque somos uma empresa única, com projectos, clientes e pessoas únicas, que fazem do nosso dia-a-dia uma constante aprendizagem. É esta diversidade, a qualidade dos nossos projectos, a possibilidade de trabalhar em, e para, todo o mundo, e a forma como olhamos, e pomos em prática, o futuro, que nos torna diferentes, e que tornam tão rica a experiência na KPMG. Quem conhece e vive na nossa cultura sente no dia-a-dia estes factores de diferenciação.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Employer Branding” na edição de Abril (n.º 148) da Human Resources.
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