Líderes: o elo de ligação na era da autonomia e automação

No futuro, haverá tecnologia cada vez mais desenvolvida, mais mobilidade e dispersão geográfica. Então, qual será o compromisso dos colaboradores com as empresas? E qual será o papel dos líderes num mundo cada vez mais globalizado e conectado? O presente já nos tem dado pistas. Algumas foram partilhadas por cinco gestores de topo na Mesa Redonda, na X Conferência Human Resources.

“Construir o Futuro, Transformando o Presente” foi o mote para este debate entre Inês Veloso, directora de Marketing e Comunicação da Randstad Portugal; Joana Garoupa, directora de Marketing e Comunicação da Siemens Portugal; Joana Queiroz Ribeiro, directora de Recursos Humanos da Fidelidade; e Lúcio Lampreia, partner da Unexpected; com moderação de Susana Gomes, head of HR do Popular.

«O mundo está em upgrade», arranca assim Lúcio Lampreia um discurso no qual realça a necessidade de as pessoas fazerem aquilo que as máquinas estão a fazer. Segundo o executivo, os colaboradores precisam de ser flexíveis, ter capacidade de aprendizagem constante e ser autónomos, características que marcam a passagem de uma «era partenalista» para uma «era da autonomia», onde os trabalhadores são cada vez mais independentes e se juntam cada vez mais mas por mentalidades e não por idades. Para o partner da Unexpected, tudo o que possa ser automatizado se-lo-à.

Inês Veloso discorda: «Na Randstad não achamos que a tecnologia é concorrente, mas sim complementar. Muito embora as funções e a tecnologia estejam a mudar, vai continuar a haver uma componente humana». Mas concorda na questão da flexibilidade. A directora fala de uma ferramenta colaborativa que permite aos colaboradores da Randstad estar constantemente ligados, independentemente do lugar onde se encontrem geograficamente.

Para Joana Ribeiro, «os jovens de hoje vão ser os colaboradores de amanhã, mas não vão estar sozinhos.» A também conselheira da Human Resources defende que integrar gerações é um dos grandes desafios das empresas, sendo essencial proporcionar aos mais novos experiências e oportunidade de trabalhar com mentores. «Os jovens precisam de feedback contínuo, eles querem acompanhamento» e, para isso, é preciso «ter gestores muito próximos e que percebam que o match das pessoas que contratam tem de ser muito forte com o propósito da empresa», explica a profissional, para quem «hoje não têm de ser relações de amor para a vida, têm de ser paixões» e cabe às organizações e aos gestores de pessoas fazer com que eles se queiram apaixonar.

Por fim, Joana Garoupa fala do impacto dos processos de transformação nos processos de liderança. «Nós crescemos a achar que os chefes é que sabem tudo» e hoje existe um canal aberto de informação e conhecimento que antigamente não havia e que liga, através da tecnologia, o conhecimento dos colaboradores dos quatro cantos do mundo. Assim, a cada desafio ou problema, não é obrigatório consultar imediatamente o líder. Então para que serve? «Para criar aquele invólucro, saber o valor que a empresa acrescenta, indicar o caminho, e não necessariamente mandar para a esquerda e para a direita», afirma a a executiva.

Por Flávia Brito

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