Mais de 20% das empresas admite ir despedir em Novembro e Dezembro

Cerca de 21% das empresas esperam diminuir o número de colaboradores (em média de 24% o número de efectivos) em Novembro e Dezembro. Este valor que corresponde a um aumento de 4% em relação ao período homólogo. Os dados são do décimo inquérito feito no âmbito do “Projecto Sinais Vitais”, desenvolvido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE.

 

O inquérito mostra também que 75% das organizações prevê manter o número de colaboradores e 4% aumentar em 15%.

Na semana de 6 de Novembro, altura em que os dados foram recolhidos, 83% das empresas considera que os programas de apoio estão aquém (ou muito aquém) do que necessitam, contra 77% no mês anterior.

O número de empresas que tendo pedido financiamento bancário já o recebeu subiu mais cinco pontos percentuais (de 87 % para 92%) neste último mês.

O estudo revela que de forma geral, as novas medidas anunciadas pelo Governo para combater a crise causada pela COVID-19  são consideradas insuficientes (49%) Apenas 27% das organizações as consideram adequadas.

O número de empresas respondentes em pleno funcionamento manteve-se nos 86% e o número de empresas fechadas encontra-se em apenas 1%.

O inquérito indica ainda que houve um impacto negativo nas vendas de 61% das empresas (com uma média de quebra de 39%). Por outro lado, 12% das organizações aumentaram as vendas em 25% e 27% mantiveram.

As expectativas de vendas das empresas respondentes para os próximos dois meses é claramente negativa face a 2019 (com 68% a esperarem uma diminuição versus 10% a esperarem um crescimento).

Das 68% das empresas que esperam diminuir vendas, a média da quebra esperada é de 40%. Enquanto as 10%, esperam aumentar 20% em média.

Estes valores pioraram este mês já que a expectativa de diminuição de vendas existia no mês anterior em 60% das empresas contra 68% este mês.

Quanto às encomendas em carteira, de uma forma geral, estão a diminuir em mais empresas do que aquelas que estão a aumentar e essa diminuição é mais forte (46% versus 8%, além de que a média nas que diminuem é mais forte do que a média nas que aumentam).

No que diz respeito à expectativa de evolução percentual investimento (corpóreo em equipamentos ou instalações e incorpóreo em comunicação, patentes e know-how) para 2021 versus 2019 (em volume de investimento), o estudo mostra que 46% pensam diminuir investimento de 2021 versus 2019, mas o mais preocupante é a quebra média de 53%.

Estes valores demonstram uma tendência negativa em relação ao mês anterior onde a percentagem de empresas a pensar diminuir o investimento era de 39% e agora passou para 46%.

O “Projecto Sinais Vitais” tem como objectivo recolher informação credível e atualizada sobre o que pensam os empresários e gestores de topo das empresas portuguesas e analisar informação quantitativa fornecida pelas empresas sobre temas específicos.

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