Mais trabalho remoto? Talvez, mas a procura de escritórios continua a aumentar

Segundo o OnOffice, relatório publicado pela Predibisa, que analisa o mercado de escritórios do Grande Porto, a actividade no terceiro trimestre registou uma ocupação total de 10.269 m², um valor 6% acima da procura verificada no período homólogo, influenciado pela retoma da actividade empresarial que se vem registando desde Junho.

 

De acordo com o relatório, o mercado de escritórios do Grande Porto registou nos primeiros nove meses do ano um total de 35 transações e 38.650 m² de área ocupada na região. Em relação ao período homólogo, verifica-se uma diminuição no número de transações em cerca de 5% (menos duas transações), verificando-se contudo um aumento de 28% no volume de área contratada. Foram colocados mais 8466 m² no total, o que se traduz num aumento da superfície média contratada por operação, que passou de 816 m², em 2019, para 1104 m² este ano.

Tal como nos períodos anteriores, a cidade continua a absorver a maior parte da área de escritórios contratada, com cerca de 70%, sendo o Central Business District (CBD) da Boavista líder em número de operações e em área absorvida.

O CBD regista 11 operações (31%) da actividade total do mercado de escritórios do Grande Porto e absorve também cerca de 30% do volume total de área contratada, com 11.706 m². Segue-se a zona de Matosinhos com 17% da área colocada e a zona do CBD da Baixa, com 13%. Já as cidades de Gaia e da Maia são as zonas com menor absorção de área nestes nove meses de ano, com 10% e 4%, respectivamente.

Em termos de absorção por intervalo de área contratada, 16 das transações registadas são operações com áreas brutas locáveis superiores a 500 m², o que corresponde a cerca de 91% da área colocada. Destas 16 operações, cinco são transações de grande dimensão, com áreas superiores a 3.000 m². Oito operações compreendem áreas entre os 200 m² e os 500 m², cerca de 6% da área colocada e onze com áreas inferiores a 200 m², o que corresponde a 3% do total.

 

Sectores em que a procura aumentou mais

A procura efectivou-se particularmente nas empresas ligadas ao sector das TMT’s & Utilities, concentrando estas a maior procura e somando um total de dez transações. Seguiram-se os “Outros Seviços” e os “Serviços Empresas” com uma quota de 17% e 14%, respectivamente. Foram também as empresas do sector TMT’s & Utilities as responsáveis pela maior percentagem de ocupação, com cerca de 25% da área de escritório contratada, seguindo-se o sector “Serviços Empresas” com 23% e os “Outros Serviços” com 21%. Estes três sectores são responsáveis por mais de dois terços da área total contratada entre Janeiro e Setembro de 2020.

 

O que motiva as empresas

O principal factor de motivação das empresas para a procura de novos espaços de escritórios na região continua, tal como no semestre anterior, a centrar-se sobretudo na expansão de área, correspondendo a 55% do take-up. Um dado que contrasta com o período homólogo, no qual o motivo de expansão de área era responsável por apenas 33% do take-up de 2019. Os restantes 45% prendem-se sobretudo com o motivo de mudança de instalações (31%) e com a chegada e instalação de novas empresas no Porto, cerca de 14%.

«O mercado de escritórios do Porto continua atractivo na captação de novas empresas que se pretendem instalar na cidade, apesar de actualmente o processo de decisão e negociação ser mais longo, a Predibisa concluiu com sucesso a instalação da Körber e Fujifilm. Nos últimos meses verificou-se a tendência de procura por áreas menores, principalmente por empresas que já se encontram instaladas no Porto. A análise de novos projetos continua numa incerteza e notamos um adiamento no processo de decisão, fruto da atual conjuntura económica. Em todo o caso, estamos confiantes que o Porto continuará no radar dos investidores e que fecharemos o ano com um resultado positivo, apesar do impacto da pandemia», refere Graça Ribeiro da Cunha, responsável da Predibisa para a área dos Escritórios.

No acumulado do ano, a Predibisa foi responsável por 46% da área de escritórios colocada e por três das cinco operações registadas com áreas contratadas acima dos 3000 m².

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