Mercado accionista reage mal à criação de emprego nos EUA

Apesar dos surpreendentemente fortes números da criação de emprego, a bolsa nova-iorquina encerrou na passada sexta-feira sem direcção, precisamente por estes poderem sinalizar futuras subidas das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed). 

 

O índice Dow Jones Industrial Average progrediu 0,23%, enquanto o tecnológico Nasdaq recuou 0,50%, depois de ter chegado a estar a perder 1,30%, e o alargado S&P500 baixou 0,16%.

Tal como revelou Patrick O’Hare, da Briefing.com, à AFP, aparentemente os investidores «racionalizaram a sua primeira reacção impulsiva», que tinha sido a de vender depois do anúncio, pouco antes da abertura da bolsa, da criação de 528 mil empregos em Julho, mais do dobro dos esperados 250 mil pelos analistas. Os investidores acabaram por «pensar que estes números mostram que a economia pode suportar» o endurecimento monetário da Fed.

«A outra ideia é a de que o relatório sobre o emprego é um indicador retardado», ao mostrar um estado já passado da actividade e que «outros se vão seguir», como o da inflação na próxima semana.

A descida em 0,1 pontos percentuais da taxa de desemprego para 3,5% e sobretudo da subida dos salários horários (5,2% em termos anuais), não deixou o mercado accionista feliz, por os investidores recearem que a Fed endureça ainda mais a sua política monetária para arrefecer a economia.

«Estes dados são mais fortes do que previsto. Os investidores estavam convictos, depois da última reunião da Fed, em Julho, que esta ia mudar de orientação e fazer menos» nas taxas de juro, disse Mazen Iça, da TD Securities. «Mas estes números vão contra esta ideia e apresentam mais uma economia que vai ter necessidade de ser travada», acrescentou.

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