Mercadona: Partilhar os lucros com os colaboradores é prática comum na empresa desde 2001

O desenvolvimento profissional contínuo, oferecendo salários acima da média do sector, garantindo contratos sem termo desde o primeiro dia e impulsionando medidas de conciliação entre a vida familiar e profissional, é um dos pilares da política de Recursos Humanos da Mercadona, que, acredita, oferece «mais do que um emprego» aos seus colaboradores.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Foi na cidade espanhola de Valência, que, em 1977, nasceu a Mercadona. Actualmente, a cadeia tem um total de 1641 lojas, onde trabalham 95 mil colaboradores, 2300 deles em Portugal, nas cinco lojas já inauguradas. Seguindo o seu plano de expansão para o território nacional, e depois das lojas de Guimarães, Porto, Espinho, Vila Nova de Famalicão e Leça da Palmeira, a empresa planeia abrir mais quatro lojas, ainda este ano. A coordenadora de Captação e Centro de Selecção em Portugal, Andreia Lima, refere que a operação de entrada no mercado português está a decorrer «exactamente como o previsto. O projecto de expansão em Portugal sempre foi um grande objectivo da Mercadona, e estamos muito satisfeitos com as metas que temos vindo a alcançar», partilha.

As opiniões que a empresa vai recebendo dos seus “chefes” – forma como são denominados os clientes – são cada vez mais positivas, o que faz a empresa sentir que os está a conquistar e a fidelizar. «Os resultados de 2020 são a prova disso mesmo», afirma a responsável, revelando que fecharam o ano com um volume de vendas de 186 milhões de euros, a criação de 800 novos empregos e um investimento de 113 milhões de euros.

A criação de «emprego de confiança e de qualidade» é precisamente um dos pilares da política de Recursos Humanos da Mercadona. Para o concretizar, é fomentado «o desenvolvimento profissional contínuo, através de planos de formação específicos e da promoção interna, oferecendo salários acima da média do sector, garantindo contratos sem termo desde o primeiro dia e impulsionando medidas de conciliação entre a vida familiar e profissional», salienta Andreia Lima. «Queremos criar uma equipa unida e alinhada com os valores da empresa, como a diversidade, a inclusão, o respeito, a integridade, a transparência e a igualdade.»

Para além de uma política de progressão salarial, que recompensa os colaboradores «pelo seu esforço e dedicação diário», a Mercadona partilha os resultados com as suas pessoas. «É uma prática comum na empresa, que acontece desde 2001», conta a responsável. «A Mercadona partilhou mais de 400 milhões de euros com os mais de 90 mil colaboradores que integram a equipa em Portugal e Espanha. É um prémio anual por objectivos, e desde o primeiro ano já distribuímos mais de 4200 milhões de euros junto da nossa equipa.»

Andreia Lima realça que «esta é mais uma forma de reconhecimento pelo contributo de todos para o crescimento alcançado pela empresa. Este ano, partilhámos 409 milhões de euros, referentes a prémios de 2020, ou seja, mais concretamente, ao valor distribuído por prémio por objectivos, que perfaz 366 milhões de euros, somam-se 43 milhões que, em Abril do ano passado, foram atribuídos aos nossos colaboradores em virtude do seu compromisso e esforço extraordinário demonstrado face ao contexto pandémico», revela. «É importante compensar os colaboradores pelo esforço a mais devido à pandemia. Estiveram sempre na linha da frente para que nada faltasse aos clientes, tendo demonstrado uma grande entrega e compromisso, comprovando que é nos momentos mais difíceis que surgem as pessoas excepcionais que compõem a nossa equipa.»

 

Mais do que um emprego
Outra prioridade na Gestão de Pessoas na Mercadona é a conciliação entre a vida pessoal e profissional, cuja importância ficou ainda mais evidente no actual contexto pandémico. A coordenadora de Captação e Centro de Selecção garante que há muito que essa conciliação é promovida, como parte de uma política de Recursos Humanos que, afirma, «é pioneira no sector», apostando na conciliação, formação e desenvolvimento pessoal e profissional de todos os que integram a empresa.

«Neste sentido, desde a abertura das primeiras lojas em Portugal, em Julho de 2019, os nossos operadores de supermercado dispõem, na sua jornada laboral, de duas folgas consecutivas», exemplifica. «Trata-se de um importante marco para a empresa e para o sector da distribuição, uma vez que permite melhorar as medidas de conciliação laboral e familiar, fazendo com que os colaboradores descansem dois dias completos e consecutivos por semana.»

Com esta medida, a Mercadona reforçou o seu compromisso com as suas pessoas, compromisso esse que leva a cabo há mais de 25 anos, quando decidiu iniciar o processo de tornar efectivos todos os seus colaboradores. «Esta política diferenciadora da empresa, em vigor em Portugal desde o momento em que começámos a operar no País, reforça a aposta da Mercadona num emprego estável, de qualidade e de confiança».

Andreia Lima não tem dúvidas de que «trabalhar na Mercadona significa que os seus colaboradores, mais do que conseguirem um emprego, podem construir uma carreira nas mais variadas áreas de trabalho. O sucesso e a progressão profissional que vão alcançando diariamente são fruto de muito trabalho e dedicação. Com o objectivo de valorizar o seu contributo, fazemos de tudo para garantir que criamos emprego de qualidade, com estabilidade laboral e que proporcione uma conciliação entre a vida familiar e profissional», reitera.

Desde o início da expansão da empresa em Portugal, foram já muitos os exemplos de colaboradores que integraram novos projectos internos, como são exemplo os operadores de supermercado que agora coordenam as novas lojas e os operadores do armazém logístico, que passaram igualmente a cargos de coordenadores nos armazéns. «A Mercadona é uma empresa onde as oportunidades são uma constante, principalmente numa fase de expansão», reforça. «Posso dar o meu próprio exemplo: entrei na empresa em 2017 como administrativa e, desde 2021, coordeno as áreas de Captação e Selecção dos Recursos Humanos da Mercadona em Portugal.»

 

Continuar a crescer
Tendo na criação de emprego estável na região Norte de Portugal um dos seus principais objectivos, a verdade é que a Mercadona pretende chegar a todo o País. Andreia Lima especifica que «essa aposta reflecte-se, por exemplo, nas ofertas de emprego que a empresa divulgou recentemente para as lojas que prevê abrir em 2022, mais concretamente para as aberturas dos supermercados de Setúbal e Montijo, que representam mais de 100 oportunidades de emprego para todas as secções dos novos espaços, seja em regime de part-time ou de full-time».

Relativamente aos centro de co-inovação, a coordenadora explica que em todos eles «trabalham, diariamente, especialistas responsáveis por captar e observar, nestes espaços e directamente no próprio supermercado, as preferências e necessidades dos clientes, para que a empresa possa oferecer-lhes soluções acertadas. O centro, que abriu no início de Setembro em Lisboa, servirá, sobretudo, enquanto uma ferramenta de trabalho partilhado à disposição dos diferentes elementos da equipa da Mercadona.»

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Outubro (nº.130) da Human Resources.

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