Multinacional canadiana vai atrair investimentos em ciência no interior do país
A multinacional canadiana Empowered Startups comprometeu-se perante o Governo a atrair anualmente para Portugal 50 novos empresários, cujos investimentos em investigação nas universidades e politécnicos podem alcançar os 10 milhões de euros, nos próximos três anos.
Este compromisso foi assumido numa carta entregue à ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, numa sessão realizada pela empresa em Évora, nas instalações do Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT).
No final da sessão, em declarações aos jornalistas, a governante destacou que esta carta de compromisso da Empowered Startups tem «uma importância muito grande para o Governo e, sobretudo, para os territórios do interior».
«Esta empresa quer ter projectos em territórios do interior» e fazer «alianças com os politécnicos e universidades» para «transformar conhecimento e ciência em empresas inovadoras«, afirmou a titular da pasta da Coesão Territorial.
Ana Abrunhosa assinalou que a multinacional canadiana vai atrair empresários para financiarem «investigação e tecnologia» das universidades e institutos politécnicos e as transformarem «em empresas, produtos ou serviços inovadores».
Ou seja, sublinhou a ministra, estes empresários «ajudam a transformar conhecimento e tecnologia em valor de mercado, em valor útil e em empresas inovadoras».
«São empresários que, não só trazem o seu capital, como também o seu conhecimento e experiência dos mercados e tendências internacionais e de como transformar conhecimento e tecnologia em empresas, produtos e serviços inovadores», realçou.
Também em declarações aos jornalistas, Francesco Berrettini, director de Parcerias e Projectos em Portugal da Empowered Startups, revelou que, desde 2019, quando a empresa chegou ao país, possuindo até escritório em Évora, já investiu cerca de um milhão de euros nas universidades e politécnicos.
«Os empresários vêm a Portugal com uma ideia de negócio, têm um protótipo e pagam às universidades e politécnicos para desenvolverem projectos de pesquisa», adiantou, salientando que se trata de «investimento directo estrangeiro».
Segundo Francesco Berrettini, a multinacional canadiana já estabeleceu parcerias com as universidades de Évora, Aveiro e do Algarve e com os politécnicos de Bragança, Leiria e Guarda e outras sinergias «estão na calha».
«Agora, comprometemo-nos a trazer, por ano, mais ou menos 50 empresários», o que «não significa que sejam apenas 50 projectos, porque, como vimos, um empresário do sector do design criou quatro empresas», frisou. O responsável da Empowered Startups disse esperar que, nos próximos três anos, seja alcançado «um investimento directo estrangeiro em pesquisas universitárias e em politécnicos de 10 milhões de euros».
«Queremos desenvolver um ecossistema empresarial baseado no conhecimento científico das universidades e dos politécnicos e na alta capacidade de skills que têm os empresários que trazemos para Portugal», acrescentou. A captação de investimento directo estrangeiro para a ciência no interior do país é feita pela empresa no âmbito do seu Programa HQA (Highly Qualified Activity, ou seja, Actividade Altamente Qualificada, em português] Visa.
Fundada em 2009, no Canadá, a Empowered Startups já apoiou mais de 450 startups em todo o mundo.