Numa escala de 0 a 5, o nível de maturidade digital nas PMEs não chega a 1,5

O ISQ, em parceria com o IAPMEI e a Universidade de Aveiro, desenvolveu uma ferramenta de autodiagnóstico de maturidade i4.0, designada SHIFTo4.0, que permite apoiar as empresas na avaliação da sua maturidade digital e na definição de um plano de acção para a transição digital para que possam estar melhor preparadas para os desafios da economia do futuro.

 

Esta ferramenta foi aplicada num conjunto de empresas com a assistência de consultores especializados que validaram o auto-diagnóstico realizado e o resultado do estudo SHIFT4.0 “Avaliação da maturidade i4.0 de empresas nacionais” revela um nível de maturidade de 1.47, numa escala de 0 a 5, principalmente em PME (pequenas e médias empresas).

Helena Gouveia, Investigadora do ISQ, analisa: «Estes resultados reflectem um baixo nível de maturidade i4.0 por parte das empresas que participaram no estudo, realçando a necessidade de se trabalharem alguns factores que possam ser facilitadores de um aumento de maturidade. Apesar dos resultados reportarem uma realidade com valores médios relativamente baixos em termos de nível de maturidade i4.0, em todas as dimensões em análise, os respondentes revelaram metas a atingir nos próximos cinco anos, muito acima dos valores actualmente observados, o que nos leva a crer que existe uma possível vontade por parte dos empresários em investir nesta vertente, estando eventualmente conscientes dos benefícios que poderão advir desse investimento.»

Em suma, constata-se que na maioria das empresas não existe uma estratégia i4.0 definida e implementada. Faz-se gestão de dados mas falta o seu tratamento e transformação em “valor”, em conhecimento.

Isto veio demonstrar a necessidade de haver um esforço nacional, continuado, no que respeita à sensibilização das empresas para o paradigma da Indústria 4.0 (i4.0), bem como para a capacitação de pessoas (com vista ao aumento de conhecimento tanto ao nível da gestão como ao nível técnico das empresas) e reforço da capacidade de consultoria.

Pedro Matias, presidente do ISQ, faz notar que «a União Europeia tem assumido esta nova revolução industrial como uma prioridade para o seu futuro, tendo criado condições e disponibilizado diversas oportunidades para as empresas. Em Portugal, a i4.0 partiu muito das Políticas Publicas na sequência do lançamento pelo Ministério da Economia do Programa Indústria 4.0, o que mostra o reconhecimento da importância da temática no desenvolvimento da economia.»

E acrescenta: «Por outro lado, o recente lançamento pelo Governo do Programa Portugal Digital, que é um plano de acção desenhado para ser o motor de transformação do país através da capacitação digital das Pessoas, das Empresas e da digitalização do Estado, mostra efectivamente o propósito e a importância de acelerar Portugal e projectar o país no mundo na área do Digital e da Indústria 4.0.»

Neste contexto, «é fundamental que as empresas tenham um maior conhecimento sobre a sua real condição face a novos desafios i4.0, permitindo-lhes planear de forma estruturada a sua evolução e priorizar acções e investimentos de acordo com tendências e objectivos futuros».

A criação do SHIFTo4.0 teve como objectivo apoiar as empresas na elaboração de um plano de acções que as torne competitivas no novo contexto da economia 4.0.

Este projecto é uma iniciativa voluntária do IAPMEI, Universidade de Aveiro e do ISQ, ao qual se juntaram a Universidade do Minho, o Instituto Politécnico de Leiria, o Ceiia – Mobinov e o CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro.

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