Número de horas trabalhadas pelas pessoas empregadas diminuiu 14,9% entre 2020 e 2021

Entre Março de 2020 e 2021, o número de horas trabalhadas pelas pessoas empregadas diminuiu 14,9%. A conclusão é do relatório “Portugal, Balanço Social 2021” da Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE.

 

O relatório mostra que as mulheres trabalharam menos do que os homens, o que pode reflectir uma maior dificuldade em conseguir ter um emprego a tempo completo. As famílias com crianças tiveram maiores variações nas horas trabalhadas.

O estudo revela ainda que as condições no mercado de trabalho alteraram-se profundamente em resposta à pandemia. Em 2021, Fevereiro foi o mês em que mais trabalhadores estiveram em lay-off simplificado e, em média, os pedidos são 50% mais frequentes para mulheres.

As inscrições nos centros de emprego aumentaram, particularmente entre mulheres, jovens adultos e indivíduos com ensino secundário ou menos. Lisboa e Vale do Tejo e o Algarve foram as regiões em que o número de pessoas inscritas mais aumentou durante a pandemia.

O teletrabalho continua a ser predominante entre os trabalhadores com maior nível de escolaridade, especialmente quem tem ensino superior completo. No início da pandemia, mais de 40% das pessoas que trabalham com ensino superior ficaram em teletrabalho, face a apenas 2% de quem não tem educação básica completa e 11% de quem tem ensino básico completo.

No último trimestre de 2020, 20% das pessoas com ensino superior que trabalham estavam em teletrabalho. As pessoas com níveis de rendimento mais reduzidos continuaram a trabalhar fora de casa com maior probabilidade.

O relatório é da autoria de Bruno P. Carvalho, Mariana Esteves e Susana Peralta, do Nova SBE Economics for Policy Knowledge Center e foi realizado no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, um programa plurianual estabelecido entre as instituições. Na sua segunda edição, visa actualizar o retrato socioeconómico das famílias portuguesas e fornecer uma descrição transversal sobre a situação social no país.

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