O ghosting nas entrevistas de emprego tornou-se tão grave neste país que o governo teve de intervir

Há boas notícias para a Geração Z que luta para encontrar emprego. A Era do ghosting pode estar a chegar ao fim. Pelo menos no Canadá, reporta a Fortune.

A partir de 1 de Janeiro de 2026, as empresas em Ontário com pelo menos 25 trabalhadores, serão obrigadas a informar os candidatos sobre o seu estado de contratação no prazo de 45 dias após a entrevista ou da última entrevista, se houver várias. Os empregadores também terão de divulgar se uma vaga está a ser preenchida activamente e se a IA está a ser utilizada para seleccionar candidatos.

Um inquérito concluiu que nove em cada 10 trabalhadores dizem ter sido ignorados pelos recrutadores, com a maioria dos colaboradores a responder que prefere ouvir qualquer coisa a nada. Um estudo distinto da Glassdoor concluiu que cerca de 27% dos candidatos nem sequer recebem resposta após a conclusão da entrevista final.

Esta ausência de feedback deve-se ao facto de ninguém estar a responsabilizar os recrutadores, revela à Fortune Anna Papalia, influenciadora de carreira.

Como já trabalhou como directora de Talen Acquisiton na Conner Strong and Buckelew, afirma que os responsáveis de contratação têm receio de dizer aos candidatos que não conseguiram o emprego e, no geral, os empregadores estão em vantagem no mercado de trabalho actual.

Por isso garante que esta lei é necessária em todos os países.

Como há excesso de candidatos no mercado, as hipóteses de conseguirem o emprego ideal tornam-se cada vez mais escassa. Enquanto isso, o seu conselho é candidatar-se ao máximo de vagas possível.

No caso da Geração Z, aconselha a não acreditar em nada do que uma empresa diga até que seja feita uma oferta — mesmo quando dizem coisas como “estamos a elaborar uma proposta” ou “é o nosso candidato número um”.

Porém, o ghosting não só desencoraja os candidatos a curto prazo, como também pode prejudicar a reputação da empresa no futuro. Um estudo concluiu que 80% dos candidatos não considerariam candidatar-se a uma vaga na mesma empresa que não os actualizasse sobre o estado da sua candidatura.

«Quando se é muito bem tratado num processo de selecção, diz-se aos amigos e familiares que se ganha um certo respeito por aquela organização», diz Papalia.

«Quando há ghosting e se é tratado como se fosse descartável, a reputação dessa empresa fica em jogo. E, neste momento, as empresas não estão a pensar muito bem sobre a forma como tratam os seus candidatos, como é que isso realmente afecta as pessoas.»

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