Célia Carrasqueiro, Verallia: «O mundo laboral está digitalmente mais humano»

Célia Carrasqueiro, directora de Recursos Humanos e Comunicação da Verallia Portugal, defende que «o grande foco dos líderes é de manter o engagement e motivação dos trabalhadores (44%), garantindo a coesão da cultura organizacional (31%) ao mesmo tempo que cuidam da continuidade e expansão do negócio, com a definição de novos modelos de trabalho. O mundo laboral está digitalmente mais humano». Leia a sua análise aos resultados do XXXVIII Barómetro Human Resources.

«O híbrido tornou-se o novo regime de trabalho, o novo modelo dos carros e a nova forma de inclusão social. Híbridas se tornaram também as relações profissionais e interpessoais que, perante esta crise pandémica, obrigaram a uma adaptação digital de todos os profissionais administrativos, ligados ao ensino, executivos e a todos cujas tarefas eram passíveis de teletransportar, reinventando a linha hierárquica e os modelos de gestão mais comuns.

A Revolução 4.0, preconizada por muitos autores, veio dar lugar à Sociedade 5.0, Digital, onde se trabalha na convergência das tecnologias, para facilitar a vida humana. As empresas, como podemos verificar nos resultados deste barómetro, estão convictas de que não há como voltar atrás no modelo de trabalho, de um lado porque resultou em termos de produtividade, em termos de flexibilização da vida pessoal e profissional, com todas as poupanças associadas ao espaço físico de escritórios, electricidade, água, bem como à redução de emissões e aumento da qualidade e quantidade de tempo efectivo, pela redução das deslocações diárias.

Assistimos ao regresso dos entusiastas (38%) ao regime presencial, enquanto verificamos uma franja (18%) de profissionais que se mantêm resistentes e 27% que ainda nem regressaram do teletrabalho. 51% das empresas defendem que o modelo híbrido com mais dias de trabalho presencial contra 29% de empresas que dão preferência ao modelo híbrido com mais dias de trabalho remoto, perfazendo 80% de empresas que apontam o futuro do trabalho híbrido, com impacto na transmutação da cultura e dos processos de transformação digital dos negócios e organizações.

Grande parte dos trabalhadores foram auscultados (60%), mas cabe às empresas definir as regras, os momentos, os dias obrigatórios na empresa (31%) e as reuniões presenciais (cerca de 18%). O grande foco dos líderes é de manter o engagement e motivação dos trabalhadores (44%), garantindo a coesão da cultura organizacional (31%) ao mesmo tempo que cuidam da continuidade e expansão do negócio, com a definição de novos modelos de trabalho. O mundo laboral está digitalmente mais humano.»

Este testemunho foi publicado na edição de Outubro (nº. 130) da Human Resources, no âmbito da XXXVII edição do seu Barómetro.

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