O que leva os profissionais a ficarem muito tempo numa mesma empresa?

Faço parte da MoOngy desde Fevereiro de 2006, que comemora 18 anos em 2023. Ao longo destas (quase) duas décadas, cresci enquanto pessoa e profissional, fruto de oportunidades proporcionadas e de um aumento de responsabilidades que me foram confiadas.

Por Cristina Teixeira, Country CHRO da MoOngy

Alguém manter-se numa mesma empresa ao longo de anos a fio é cada vez mais uma raridade. As pessoas têm objectivos de vida mais fluídos, o mercado de trabalho é volátil e as oportunidades são globais. Enquanto colaboradora e CHRO, os anos têm-me ensinado pedras basilares que levam as pessoas a ficar numa organização.

 

Um caminho comum

Colaboradores e empresas evoluem em parceria. Estas transformam-se a cada dia com o crescimento dos seus profissionais. É maravilhoso testemunhar esse caminho feito lado a lado.

Já Walt Disney dizia: «Podemos sonhar, planear e construir o lugar mais bonito do mundo, mas são necessárias pessoas para tornarmos o sonho realidade». E acredito mesmo que, “respirarmos” a nossa empresa é muito isto: crescer com aqueles que colaboram dia após dia com um objectivo comum. É ser parte integrante de uma história da qual tive a oportunidade de vivenciar quase desde o início. É dar relevância ao “asset” que realmente importa: as pessoas!

 

Pessoas seguem pessoas e… líderes  

Os colaboradores ligam-se às empresas pelas pessoas com quem trabalham diariamente e sobretudo aos seus líderes. Para que haja solidez na equipa e sentimento de pertença a uma organização, é essencial termos gestores com boas capacidades humanas, que conheçam os seus profissionais em todas as suas variáveis, pessoais inclusive.

Liderar e fazer as equipas funcionarem na sua ausência, é uma tarefa desafiante. É ajudar, formar, fazer crescer, ouvir, dar feedback. É felicitar, mas também assinalar o que melhorar. Em suma, é desenvolver potencialidades e criar nos outros a vontade de trabalharem naturalmente, sem que se sintam controlados.

As pessoas seguem pessoas e essencialmente o bom exemplo dos seus superiores. Há que ter consciência de que nem todas se gerem da mesma forma: igualdade é diferente de equidade.

 

Benefícios salariais e emocionais funcionam em conjunto
Devemos considerar como fundamentais, para a permanência de um colaborador na mesma organização, o seu acompanhamento salarial, mas também factores que se relacionam com o bem-estar. Por outras palavras, salário financeiro e emocional são complementares.

Temas como a flexibilidade, a saúde, o chamado Work-Life Integration passaram a estar no topo dos factores que levam as pessoas a manterem-se numa empresa sine die. Estas devem dar liberdade ao colaborador de escolher o seu próprio plano de benefícios, de acordo com as várias opções que a empresa dá.

 

Diversidade, inclusão e envolvimento comunitário

A participação dos colaboradores em acções de Responsabilidade Social das Empresas, é um factor agregador e que leva à construção de ligações fortes. Somos seres sociais e valorizamos o propósito de retribuir. A criação de equipas de talentos e características diversas, onde a inclusão em si é um factor motivador.

 

Desenvolver o colaborador, agora e sempre

Sempre foi e será importante investir no desenvolvimento dos profissionais, seja a nível técnico, comportamental ou social. As organizações que apostam no crescimento dos seus têm colaboradores com índices de motivação mais elevados e melhor fidelização. As pessoas reconhecem quem nelas apostam. Promover o crescimento do colaborador deve ser feito com um plano de evolução da sua carreira, num acompanhamento de várias etapas.

A vida profissional é uma maratona. Os estímulos que levam colaboradores a privilegiarem um caminho de longo prazo numa mesma organização são conhecidos, sendo que variam consoante novos desenvolvimentos socioeconómicos ou a mudança de perspectiva de novas gerações. Cabe-nos estar atentos à novidade, ouvir e pôr em prática medidas que auxiliem o sucesso do colaborador pois o seu sucesso é o da empresa que representa.

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