O que mais valorizam, hoje, os colaboradores? Os benefícios económicos ou os emocionais?

Após o período de confinamento e teletrabalho instigado pela pandemia COVID-19, muitos foram os colaboradores que começaram a avaliar as suas condições de trabalho de outra perspectiva. Começaram a valorizar aspectos que antes não eram considerados tão importantes, como a flexibilidade de horário, a possibilidade de trabalho remoto, entre outros benefícios sociais e emocionais que se tornaram mais importantes que o salário propriamente dito.

 

Por Rosinda Costa, Team & Wellness recruiter na UPPartner

 

Isto é ainda mais notável nas gerações mais novas que têm os seus objectivos muito bem definidos e avaliam, na hora de se candidatarem a uma nova oportunidade, o que é que a empresa em questão tem para lhes oferecer. Não avaliam apenas o salário e benefícios extra, mas atribuem também muita importância a aspectos como os valores, o propósito e a cultura da organização e, sobretudo, a possibilidade de terem equilíbrio entre a sua vida profissional e pessoal.

As organizações que percebam isto e tenham um olhar mais humanizado em relação aos seus colaboradores, conseguem criar um ambiente corporativo mais saudável, promovendo o bem-estar dos seus trabalhadores que, consequentemente, se tornam mais felizes e produtivos. Ninguém tem dúvidas que uma empresa onde os colaboradores se consideram felizes, torna-se bastante mais atractiva do ponto de vista da empregabilidade, quer na retenção, quer na captação de talento. Daí a crescente tendência das empresas mais atentas a este nível, de investir em employer branding.

É importante, por isso, que a empresa tenha uma gestão dos recursos humanos próxima e de qualidade, que reconheça os bons resultados e transmita uma sensação de igualdade e respeito por todos. Na hora de reconhecer os seus colaboradores, é importante, também, que a empresa tenha em conta que todas as pessoas são diferentes, devendo ter soluções desenhadas à medida de acordo com as necessidades e motivações de cada um.

Estando o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, este “salário emocional” pesa na hora de recrutar e reter os melhores colaboradores. Apesar de não serem benefícios financeiros diretos, estes benefícios sociais e emocionais são essenciais para promover uma melhor qualidade de vida dos colaboradores e acabam também por ajudar a reduzir as despesas fixas ligadas ao bem-estar, saúde, educação e lazer, através da oferta de um seguro de saúde, seguro de vida, mensalidade no ginásio, consultas de psicologia, uma formação paga ou até um seguro para o animal de estimação, uma tendência que está agora a chegar às empresas.

As organizações que reforçam este salário emocional, demonstram uma preocupação especial com a saúde dos seus colaboradores, revelando que existe a percepção da individualidade de cada um e permite que cada pessoa ajuste a sua rotina de trabalho de acordo com seu estilo de vida.

Em suma, o mercado de trabalho mudou e a gestão dos recursos humanos deve entender também esta mudança para atrair talento e manter os colaboradores satisfeitos. Uma empresa que entenda que o seu maior ativo são as equipas e as pessoas que as compõem, está a um passo de ser mais bem-sucedida.

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