O que os portugueses mais valorizam na escolha de emprego

O que “salta à vista” nos resultados do Randstad Employer Brand Research é que não houve alteração naquilo que mais pesa na hora de os profissionais portugueses escolherem onde querem trabalhar.

 

Por Ana Leonor Martins

 

O pódio referente ao que os trabalhadores portugueses procuram numa empresa surge inalterado, em relação ao ano anterior. Não considerando o critério “salário e os benefícios atractivos (66%, menos um ponto percentual do que o ano passado) – tido como um “factor higiénico”, e que também surge em primeiro na Europa, ainda que com uma percentagem mais baixa (59%) –; destacam-se então o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (52%, menos um ponto percentual do que em 2019), – um critério que perdeu importância no conjunto dos países europeus, mas que em Portugal está em crescimento desde a primeira edição do estudo; a progressão de carreira (49%, igual ao ano passado, sendo que é o critério menos valorizado pelos europeus) e o bom ambiente de trabalho (49%, menos dois pontos percentuais do que em 2019).

A maior diferença em relação ao ano anterior surge na variável “estabilidade profissional”, que, em 2020, surge em quinto (48%, menos dois pontos percentuais do que em 2019). De referir, no entanto, que o inquérito foi realizado antes da pandemia de COVID-19.

 

Género, habilitações, idade e tipo de contrato
É interessante constatar que, nas decisões de emprego, se vêem diferenças significativas entre homens e mulheres, com o equilíbrio entre a vida pessoal e vida profissional e o bom ambiente de trabalho a ser mais importantes para as mulheres. Para os homens, a saúde financeira da empresa é muito valorizada.

O estudo da Randstad mostra que os inquiridos com baixa escolaridade consideram a localização do empregador (46%), muito embora seja a estabilidade do projecto (26%) que ocupa o primeiro lugar na decisão. O mesmo acontece com os de escolaridade média. Só mesmo o grupo de escolaridade mais alta é que se concentra no critério da conciliação da vida pessoal e profissional (56%).

No que diz respeito às diferentes gerações, o estudo revela que os baby boomers (55-64) dão mais valor a saúde financeira (40%) e à qualidade dos produtos (22%) do que qualquer outra geração. Contrariando alguns estudos, verifica-se uma aproximação entre a geração X (35-54) e os millennials (25-34), valorizando a liderança e a boa formação. Quanto à geração Z (18-24), é a que menos se preocupa com a estabilidade profissional (42%) e os que mais valorizam um conteúdo de trabalho interessante (24%). Assim:
Geração Z (18-24): 20% procura diversidade e inclusão no seu empregador. Esta percentagem é mais alta em comparação com a força de trabalho mais velha (millennials 16%, geração X 14%, boomers 14%).

Millennials (25-34): 54% procura um bom equilíbrio entre a sua vida pessoal e a vida profissional. Os boomers (48%) estão menos interessados nesta oferta do seu empregador.

Geração X (35-54): 35% vê a estabilidade financeira como um factor muito importante num empregador. Entre
as gerações mais jovens, este factor parece ser menos importante (geração Z 28%, millennials 31%).

Boomers (55-64): 27% considera que compensar as comunidades é um importante factor num empregador. Esta percentagem é mais baixa na geração Z (21%), millennials (19%) e geração X (20%).

Quando a análise é feita por tipo de contrato – sendo de referir que, actualmente, 7% da força de trabalho em
Portugal trabalha em part-time (menos de 30 horas por semana) –, a maior diferença regista-se, sem surpresas, no que respeita à estabilidade profissional (a surgir em terceiro para os colaboradores a tempo inteiro – 50% – e em último para os trabalhadores a tempo parcial – 42%). Mas remuneração e benefícios apelativos é o atributo mais importante para ambos (66% versus 65%), seguindo-se o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (52% nos
trabalhadores a tempo inteiro e 56% em quem trabalha a part-time).

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Julho (nº. 115) da Human Resources, nas bancas.

 

Ler Mais