O que têm de especial as empresas felizes?

A felicidade está na ordem do dia. Multiplicam-se os livros sobre o tema, realizam-se estudos e, para um número cada vez maior de indivíduos, este é o objetivo máximo que guia todas as suas decisões. No mundo empresarial não é diferente. Nem poderia ser.

 

Por Luís Antunes, director de Recursos Humanos da PHC

 

Conscientes de que a felicidade é um aspeto fundamental quando se trata de atrair e reter talentos, as empresas privilegiam cada vez mais este tema. E, sobretudo, quando olhamos para a geração que está agora a entrar em força no mercado de trabalho – os chamados millenials -, percebe-se facilmente porquê.

Para a geração “sempre ligada”, as fronteiras entre a vida profissional e pessoal esbateram-se. O prioritário para estes profissionais, mais do que ganhar muito dinheiro, ter um horário certo ou um emprego seguro, é a possibilidade de se sentirem valorizados e parte de um propósito maior. Perante este facto, torna-se vital que as organizações consigam dar aos colaboradores condições para que se sintam reconhecidos e verdadeiramente envolvidos e felizes no seu trabalho.

Mas voltemos à pergunta inicial: o que têm de especial as empresas felizes?

A felicidade das empresas fundamenta-se em dois grandes pilares. Primeiro, a criação de momentos de felicidade; Segundo, a promoção contínua da felicidade.

Enquanto diretor de Recursos Humanos, procuro implementar estas duas ideias na minha atividade. É uma lógica que faz parte do DNA da empresa. Os momentos de felicidade são vividos através de um conjunto de atividades que se realizam ao longo do ano e que compreendem ações que visam promover o bem-estar dos colaboradores: são workshops de alimentação saudável, semanas temáticas, tardes de sexta feira livres no verão para os colaboradores passarem mais tempo em família, entre tantas outras; mas também momentos lúdicos, como sessões de cinema, dinâmicas de team building, piqueniques ou eventos que celebram datas importantes, como o aniversário da empresa ou o Natal. Tenta-se acima de tudo criar momentos que geram um sorriso na forma como os colaboradores encaram o seu local de trabalho, que reforçam a coesão interna e que permitem que seja possível descontrair e quebrar a rotina sem que se deixe de ser profissional.

Contudo, a felicidade não é só feita de momentos. Para se ser mais feliz ao longo do tempo, sentindo os efeitos da felicidade de forma mais constante, é necessário ser-se capaz de gerir de forma saudável o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. No âmbito da nossa marca de cultura empresarial, desenvolveu-se no passado ano um projeto no qual os colaboradores trabalharam competências para gerirem melhor o seu tempo e serem mais felizes no seu dia a dia. Quando os colaboradores aprendem a estar mais focados, sentem mais controlo sobre o seu trabalho e vida pessoal e isso traduz-se em felicidade.

Outro aspeto muito importante para as empresas, quando se fala de felicidade, é a existência de valores sólidos, nos quais os colaboradores se reveem. É fundamental que as empresas os identifiquem, e percebam que os valores não devem apenas ficar definidos em documentos formais: devem ser vividos e estar presentes nas ações da empresa como um todo e nas atitudes de cada colaborador, sendo eles mesmos indutores de felicidade.

Acima de tudo, não há verdadeira felicidade sem equilíbrio e a gestão de Recursos Humanos, hoje, tem de se preocupar em tornar a empresa parte da vida e realização pessoal dos colaboradores. É nesse sentido que defendo que tem de dotar-se as empresas de ferramentas que lhes permitam desenvolver a felicidade em todas as áreas da sua vida, contagiando positivamente o seu círculo mais próximo e em última instância, toda a sociedade.

 

Texto escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor desde 2009.

 

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