O que valorizam os profissionais da área jurídica?

A flexibilidade horária e o equilíbrio entre a vida profissional e familiar são os factores mais valorizados pelos profissionais da área jurídica, num desafio profissional futuro. Quem o diz é um estudo elaborado pela Michael Page sobre o mercado de trabalho na área jurídica e as tendências deste sector.

 

O estudo mostra que mais de metade dos inquiridos (62,3%) encontra-se inscrito na Ordem dos Advogados, e 35,7% tem mais de 10 anos de experiência profissional. Na generalidade, apresentam domínio de idiomas, com destaque para o Inglês (95,9%) e Espanhol (48%).

O conjunto de inquiridos refere que os três factores que mais valorizam num desafio profissional são a progressão de carreira (68,8%)  flexibilidade horária (64,1%) e a remuneração fixa (63,2%).

Entre os principais desafios profissionais, a mobilidade geográfica e a possibilidade de trabalhar no estrangeiro são referidas por 66,7% dos inquiridos.

 

Advogados empresariais – o que os motiva?
No que diz respeito aos advogados que trabalham em empresas, 44% dos inquiridos está confiante e sente-se valorizado pela chefia e empresa em que está integrado. A realização com as funções e responsabilidades desempenhadas, bem como a satisfação com a remuneração (respectivamente 29,6% e 11,1%), lideram as razões pelas quais estes profissionais não consideram mudar de emprego. A identificação com a cultura empresarial representa apenas 7,4%.

A maioria dos inquiridos que trabalham em empresas (33,5%) tem uma remuneração bruta mensal entre 2200€ e 3399€. Contudo, também uma maioria 39,6%, refere não receber qualquer tipo de bónus.

Relativamente aos benefícios recebidos, dominam o Seguro de Saúde (88,3%), o computador portátil (74%) e o telemóvel (70,8%).

O estudo mostra ainda que 82,5% dos profissionais consideraria uma mudança para outra empresa e 55,2% para uma sociedade de advogados, sobretudo por falta de satisfação com a actual remuneração e por falta de um plano de carreira.

Os sectores mais considerados são a Banca, Seguros e sector Financeiro, apontado por 59,1%. O sector do Retalho (26%) e das Telecomunicações (23%) são também mencionadas entre as escolhas.

 

O perfil dos advogados de sociedades
O estudo sobre as tendências na área de Tax & Legal da Michael Page revela que a maioria dos advogados que trabalham em sociedades (75,9%) considera uma mudança para a área empresarial, denominada de “cliente final”. Por outro lado, uma percentagem significativa (72,7%) refere considerar a possibilidade de uma mudança para outra sociedade de advogados ou consultora, com preferência para as sociedades de advogados de grande dimensão e as consultoras Big 4, que são referidas por 49,8% dos entrevistados, seguindo-se a escolha dos escritórios de média dimensão por 29,6%.

O recrutamento de advogados In-House por empresas, para desenvolvimento de trabalho jurídico interno, trouxe um novo paradigma laboral à advocacia. Relativamente aos motivos apontados para mudar para o sector empresarial, 59% aponta o factor work life balance – equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – e 20,4% refere a estabilidade e um contrato de trabalho, como elementos importantes numa eventual mudança. A ausência de objectivos comerciais, bem como a faturação de horas de trabalho, características das sociedades de advogados, é também um factor para a mobilidade profissional, referido por 8,3% dos entrevistados.

Por outro lado, os advogados que não pretendem mudar (24,1%), referem como factores de motivação e retenção, a possibilidade de construção da carreira nas sociedades de advogados e consultoras em que se encontram actualmente (66,3%), bem como a remuneração mais elevada na área, apontada por 20,7%.

Outra das conclusões do estudo mostra que 32,8% dos advogados de sociedades aufere entre 2200 e 3399 euros brutos mensais. Em termos de benefícios, o mais comum é o telemóvel (75,3%) e o computador portátil (73%).

O estudo reuniu opiniões de 535 inquiridos sobre as perspectivas salariais e a progressão da carreira, sendo a maioria (71,2%) de Sociedades de Advogados e Consultoras do ramo fiscal, e 28,8% de empresas, grande parte da área de Corporate/M&A e de Bancário e Financeiro.

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