Catarina Tendeiro, Ageas: O que vem aí… Estarão as empresas preparadas?

Estamos prestes a iniciar um novo capítulo na vida das organizações, após uma mudança de paradigma já antevista (pré-pandemia), no que toca ao futuro e flexibilidade do trabalho.

 

Por Catarina Tendeiro, directora de People & Organization do Grupo Ageas Portugal

 

Graças à ampla distribuição e ritmo de vacinação contra a COVID-19, os dados da Direcção-Geral da Saúde indicam que estamos no bom caminho para atingir a imunidade de grupo em Portugal, começando já a sentir-se o impacto na mobilidade social e na economia do País.

Com o restabelecimento gradual da normalidade, as organizações cada vez mais reconhecem a necessidade de se centrarem, para além da segurança e saúde física, mental e social das pessoas, na capacidade de adaptação constante à mudança, nas novas necessidades de aprendizagem e ainda na adopção de novas formas de trabalhar.

A implementação dos automatismos e da inteligência artificial torna ainda mais importante que as empresas invistam no desenvolvimento das suas pessoas, capacitando-as não só com competências digitais/tecnológicas, bem como com habilidades sociais e emocionais, para que permaneçam resilientes e estejam prontas para os tempos que se avizinham.

Especificamente sobre um dos assuntos do momento – as novas formas de trabalho – antevendo o futuro, já há mais de dois anos que o Grupo Ageas Portugal tem vindo a desenvolver novas políticas internas, como a da flexibilidade de trabalho (adopção de modelo híbrido “flexwork”), que, por força da situação pandémica entretanto ocorrida, ficou pendente e que será formalmente adoptada a partir de Setembro: qualquer colaborador/a tem a possibilidade de aderir a este modelo flexível, que consiste na prestação de trabalho de três dias no escritório e dois dias remotamente, com horário de trabalho acordado com a respectiva gestão.

Vários estudos indicam que, por um lado, o trabalho a partir de casa ou outro local fora do escritório permite que as pessoas escolham os horários mais produtivos para si, promove um clima positivo e um sentimento de satisfação pessoal e de felicidade. Por outro lado, as idas ao escritório permitem uma reconexão social e com a cultura da empresa, propiciam um sentido de pertença, um espírito de equipa e de colaboração, bem como maior segurança psicológica. É, portanto, um formato que permite criar experiências que chegam a todos e, para a maioria das nossas pessoas, é considerado como o melhor dos dois mundos.

A liderança tem um papel fulcral para que toda a organização se comprometa com estas novas dinâmicas, pois importa respeitar as características de cada membro da equipa, ouvir as suas principais preocupações, fazer os ajustes necessários a cada realidade e transmitir confiança, criando ambientes de trabalho seguros.

Temos apostado, em especial ao longo do último ano, em formação e desenvolvimento da nossa liderança para que esteja alinhada, preparada e motivada para gerir neste contexto.

O clima que se vive é de empenho, compromisso e serenidade, acreditando que as novas formas de trabalhar vêm fortalecer a nossa agilidade e desempenho enquanto organização, contribuindo igualmente para sermos um empregador de referência e onde as actuais e futuras gerações sentem ou sentirão um maior prazer em trabalhar.

 

Este artigo foi publicado na edição de Setembro (nº.129) da Human Resources, nas bancas.

Caso prefira comprar online, está disponível em versão papel e versão digital.

Ler Mais