Como o respeito pela individualidade contribui para o sucesso do colectivo

Enquanto seres humanos, cada um de nós tem características intrínsecas que nos diferenciam uns dos outros e nos tornam únicos. Estes traços individuais refletem-se e têm impacto em várias áreas da nossa vida. A profissional é uma delas.

Por Pedro Miranda, Team Lead Engineering na New Work Portugal

 

As características, visões e competências individuais – como, por exemplo, as chamadas soft skills – trazem certamente mais riqueza ao ambiente laboral e ajudam até a definir a cultura de uma empresa. Quando trabalhamos em equipa e para um objectivo comum, estas ganham outra dimensão e utilidade, daí que respeitá-las e tirar partido delas assuma um papel tão relevante.

Apesar do meio laboral ser um meio onde, em última análise, os resultados são colectivos, é essencial não abdicar das visões individuais. Qualquer sucesso será a soma de todos os que contribuíram para ele. Por isso é que, num contexto profissional onde seja possível cada um ter a liberdade para se exprimir e contribuir, o resultado será sempre mais positivo. Se, pelo contrário, se tentar impor uma visão ou estratégia – one size fits all – haverá certamente mais descontentamento e as consequências serão visíveis.

É também importante referir que a individualidade não é individualismo. A individualidade é o que nos distingue uns dos outros, enquanto que o individualismo é apenas focado em atingir os nossos objectivos pessoais, o que pode não acrescentar muito valor quando se trabalha em equipa.

No sentido de respeitarmos as singularidades, deve existir espaço para nos ouvirmos uns aos outros. O diálogo é efectivamente a chave quando nos manifestamos, porque implica a transmissão de uma mensagem e a abertura para o respetivo feedback. O espaço para diferentes visões e para a comunicação em ambiente laboral favorecem um contexto mais saudável e com melhores resultados.

Respeitar o modus operandi de cada um, mas com vista a um objectivo comum pode, sem dúvida, aumentar as possibilidades de sucesso de uma empresa. E isto tanto se aplica ao lançamento de um novo produto, como à resolução de um bug. Sabemos que há processos empresariais que já estão definidos previamente para diversas situações, mas estes não devem limitar o potencial de cada colaborador.

Certamente alguns terão mais à vontade para falar ou fazer uma apresentação em público; outros serão mais analíticos e outros serão mais criativos. Ter consciência destas características individuais para as poder potenciar – num ambiente de liberdade, confiança a respeito – é fundamental. Considero até que as empresas devem mesmo apostar no desenvolvimento pessoal e profissional de cada colaborador, assim como perceber quais são os seus objectivos e ajudar a alcançá-los.

Acredito ainda que a criatividade, tão importante no contexto laboral, está directamente ligada à liberdade de que dispomos. Assim, quanto mais liberdade existir para cada um manifestar as suas características pessoais, mais soluções criativas existirão para resolver os desafios do dia a dia e, como consequência, mais motivação. Um ambiente onde a iniciativa é recompensada estimula os colaboradores em diversos sentidos, acabando por criar um lugar onde cada um se sente confortável para experimentar e arriscar. E assim se progride, individualmente, em equipa e como empresa.

Contas feitas, a visão e a união colectivas serão sempre mais ricas do que a visão e o esforço individuais.

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