O seu currículo está a fazê-lo parecer desesperado? Pode ser “fatal”. Veja aqui como o evitar

Criar um currículo ou uma carta de apresentação que se destaque é a primeira (e, por vezes, única) oportunidade de causar uma boa impressão. Mas, segundo a Fast Company, os especialistas de RH deixam um alerta: não pareça desesperado.

 

Embora as dicas sejam no sentido de adaptar os currículos para a vaga e destacar as conquistas, os especialistas alegam que, por vezes, há exagero e nem sempre é bem visto junto dos empregadores.

De acordo com o Job Search Trends Report de 2025, da plataforma FlexJobs, um em cada três profissionais admitiu mentir num currículo ou numa carta de apresentação — muitas vezes para parecer a “combinação perfeita” ou corresponder às expectativas. Infelizmente, os decisores de RH conseguem perceber a publicidade enganosa, mesmo que tenha boas intenções.

«Quando um currículo parece demasiado polido ou perfeito, pode levantar suspeitas aos recrutadores, levando-os a questionar a autenticidade em vez de reconhecer o potencial», diz Jill Chapman, líder de estratégia e iniciativas de talento na Insperity. «Os melhores currículos equilibram impacto com honestidade.»

Veja como elaborar uma candidatura vencedora: uma que espelhe a sua honestidade e autenticidade, mesmo quando está desesperado para ser contratado.

Utilize uma linguagem confiante e fiável

Espera-se que elogie as suas conquistas. Mas, por vezes, as palavras que utiliza para destacar a sua experiência podem, na verdade, enfraquecer a sua mensagem. O objectivo: evitar soar excessivamente autopromocional, diz Chapman. Ao escrever um currículo, utilize uma linguagem que demonstre autoconsciência, clareza e propósito.

Uma forma de destacar os contributos com honestidade é evitar reivindicar o crédito exclusivo pelos feitos da equipa.

«Em vez de ‘liderou sozinho’, talvez tente ‘desempenhou um papel fundamental em’», sugere Chapman.

Além disso, evite utilizar linguagem superficial por si só ou incluir experiências não relacionadas. Listar responsabilidades ou conquistas até à exaustão não o faz parecer mais impressionante, apenas mais prolixo. A brevidade inteligente é a melhor opção, e um currículo focado e relevante supera sempre um longo, observa Chapman.

Deixe o seu impacto falar por si

Utilize uma linguagem orientada para os resultados: métricas, crescimento e resultados: «‘Liderou uma campanha de marketing que aumentou as inscrições em 20%’ é muito mais eficaz do que ‘especialista em marketing’», diz Traci Wilk, head of People da The Learning Experience.

Elimine a desordem

O desespero manifesta-se muitas vezes como desordem, cita Keith Spencer, especialista em carreiras da Resume Now, uma empresa de criação de currículos com inteligência artificial. «Quando enumera todos os empregos que já teve, por mais diferentes que sejam, parece que está a atirar tudo à parede e a torcer para que algo cole», diz.

Tente adaptar o seu currículo ao emprego que pretende, destacando a experiência mais alinhada. Parecerá mais autêntico e menos desesperado.

Destaque o impacto, não apenas o esforço

Ao candidatar-se a um emprego, concentre-se no que conquistou, em vez de no quanto o deseja, diz Spencer. «Métricas, resultados e outcomes falam mais alto do que os adjectivos. Quando mostra o que entregou, os empregadores vêem o seu valor.»

Controle a excitação

Os responsáveis ​​de recrutamento procuram candidatos que estejam entusiasmados com a oportunidade e confiantes. Mas tenha cuidado para não deixar que a excitação se transforme em desespero.

«O desespero pode sinalizar insegurança, falta de autoconsciência ou até mesmo de selectividade nas vagas que procura», explica Wilk. Ela diz que os gestores de RH conseguem ver desespero em frases como «aberto a todas as oportunidades» ou «dê-me uma oportunidade de provar o meu valor». As suas mensagens também podem diminuir a sua credibilidade quando utiliza uma linguagem demasiado dramática, como «Sou a peça que faltava na sua empresa».

«Este tipo de afirmação parece mais um apelo do que um discurso, e isso pode ser um sinal de alerta para mim», sublinha Wilk. No final do dia, pode ser fácil sentir que tem de fazer o que for preciso para avançar. Mas, por vezes, é melhor não parecer desesperado… mesmo que realmente esteja.

Ler Mais