«O voluntariado desenvolve as pessoas e multiplica o significado do que se faz», acredita responsável da EDP

A EDP associou-se ao esforço colectivo dos profissionais de saúde que lutam diariamente contra a COVID-19, adaptando o seu Programa de Voluntariado às necessidades actuais. Porque a relação com as comunidades sempre foi um pilar para a energética nacional.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Atenta à situação de pandemia de COVID-19, que atingiu Portugal e o mundo, na EDP a prioridade foi a segurança das suas pessoas, tendo vindo a adoptar um conjunto de medidas preventivas e de contingência a nível global desde o início do surto. Carla Barros, responsável pelo Programa de Voluntariado da EDP, conta que «foi elaborado um plano em alinhamento com as orientações dos organismos oficiais de saúde nos diferentes países em que o grupo actua, com o objectivo de gerir o impacto da situação de pandemia nos colaboradores, prestadores de serviço e no negócio das empresas do grupo».

Tendo sempre como objectivo a segurança e o bem-estar das pessoas, a empresa colocou mais de 70% dos colaboradores em regime de teletrabalho, medida que entrou em vigor logo no dia 11 de Março. Para os colaboradores que, pela natureza da sua função, o trabalho remoto não era uma possibilidade, foram adoptadas todas as medidas de segurança necessárias para evitar o risco de contágio.

Mas a intervenção da EDP não se resumiu à “sua casa”. «Neste contexto de emergência, o Programa de Voluntariado EDP não quis ficar de fora e uniu esforços para tentar dar resposta a um conjunto de necessidades sociais imediatas», sublinha Carla Barros. Assim, desde a primeira hora que a empresa se associou ao esforço colectivo dos profissionais de saúde que lutam diariamente contra a actual pandemia.

Através de uma parceria com a China Three Gorges, foram adquiridos 50 ventiladores, 200 monitores e material de apoio médico destinados aos hospitais portugueses; foram doados 750 mil euros para desenvolvimento, produção e acesso a vacinas; foi oferecida energia a hotéis requisitados para apoio no combate à pandemia e descontos no consumo de energia a profissionais de saúde e residências de apoio; foram entregues mais de 500 mil máscaras e fatos de protecção individual a hospitais; a EDP juntou-se ainda ao CEiiA na produção descentralizada de um novo modelo de ventilador mecânico invasivo – tendo já sido fabricados os primeiros ventiladores –, e à Fundação Gulbenkian para reforço de financiamento a projectos digitais na área da saúde, entre outras iniciativas.

Mais… Consciente da importância de apoiar a economia, a EDP antecipou em Maio o pagamento de 30 milhões de euros a 1200 pequenas e médias empresas para que estas tivessem liquidez para pagar salários e manter a sua actividade, assim como os postos de trabalho. «Não esquecemos ainda outras áreas muito afectadas por esta crise, como a cultura, e juntámo-nos ao movimento Portugal #EntraEmCena para promover a cultura nacional», acrescenta a responsável, fazendo ainda notar que a empresa também ajudou outros países onde está presente: em Espanha foi oferecida energia a clientes que desenvolveram projectos de solidariedade contra a COVID-19 e, no Brasil, foram doados seis milhões de reais (perto de um milhão de euros) para a compra de 345 ventiladores.

 

Colaboradores e voluntários
«O voluntariado EDP é um pilar fundamental da relação da empresa com as comunidades, contribuindo, simultâneamente, para o desenvolvimento dos colaboradores, multiplicando o propósito e o significado da sua actuação», afirma Carla Barros, que acredita que colocar as capacidades individuais dos colaboradores ao serviço da comunidade tem mais potencial para causar um significativo impacto social.

E recorda: «Após a confirmação do primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus em Portugal, o programa de voluntariado EDP adaptou-se e reinventou-se. Apesar de esse ter sido o momento de nos resguardarmos em casa, tentando evitar ao máximo o contacto social, também foi, mais do que nunca, necessário reagir e cimentar a entreajuda e solidariedade para com aqueles que mais precisam.» Assim, com o início do surto, a EDP adaptou o seu plano de acção, tornando-o mais digital para conseguir dar resposta às necessidades mais urgentes, sem colocar em risco a segurança e a saúde das suas equipas e dos beneficiários.

O Programa de Voluntariado da EDP tem, neste momento, 16 acções disponíveis em Portugal, no âmbito do combate à pandemia de COVID-19, a maior parte em associação com parceiros sociais, de forma a alargar a sua capacidade de intervenção e apoiar quem mais precisa. Amizade em Linha, com a Serve the City em Lisboa e no Porto; distribuição de bens com a AMI; combate ao isolamento, através do SPEAK; criação de equipamentos de protecção individual (EPI); e Estuda com Energia “Mentores para alunos em risco”, são algumas dessas acções, disponíveis a todos os colaboradores do Grupo EDP através da plataforma de voluntariado da empresa.

«Temos mais de 140 inscritos nos projectos de voluntariado dedicados ao combate à pandemia, em Portugal, e distribuídos pelas diversas acções disponíveis, de acordo com a disponibilidade, o perfil e as competências de cada um», revela a responsável. «Actualmente, são mais de 9700 pessoas e 150 Organizações Não-Governamentais (ONG) a beneficiar do apoio do nosso programa de voluntariado em Portugal.»

 

Algumas iniciativas
Um dos primeiros passos que o Programa de Voluntariado da EDP deu como resposta à actual pandemia, foi a associação ao projecto covid.pt, uma plataforma que procurou reunir ideias de cidadãos, empresas e ONG para ultrapassar os desafios que foram surgindo neste contexto excepcional. Carla Barros salienta que a plataforma permitiu aproveitar o potencial inovador da sociedade portuguesa num processo colaborativo para se encontrar e implementar soluções que fizessem a diferença na vida de quem mais precisa. A EDP teve uma equipa de colaboradores voluntários envolvidos na gestão da plataforma, com o Programa de Voluntariado a acompanhar as ideias, tendo como objectivo perceber como conseguia ajudar. «O foco para ultrapassar esta crise foi a colaboração», reitera. Alguns desafios provocados pela COVID-19 são colocados na plataforma covid.pt, e para cada um desses desafios, qualquer pessoa pode propor, comentar ou votar numa ideia para que se torne melhor e exequível. Depois, uma empresa ou grupo de pessoas pode “agarrar” numa ideia e concretizá-la.

A responsável partilha: «A primeira ideia foi submetida a 17 de Março e, desde esse dia, foram geradas 110 ideias, das quais foi possível implementar oito, com 860 membros envolvidos. Terminado o Estado de Emergência, e à medida que se experimenta um regresso progressivo à normalidade, a equipa decidiu fechar a plataforma covid.pt, permanecendo acessível apenas para consulta.»

Mais recentemente, o Programa de Voluntariado EDP lançou o projecto “Estuda com Energia”, em parceria com o Ministério da Educação, ao qual se juntaram outros parceiros para uma resposta integrada na área da educação. O projecto consiste num programa de mentoria e acompanhamento promovido pelos voluntários da EDP, que conta também com o envolvimento do Teachers4covid, um movimento comunitário responsável pelo acesso a explicações com professores voluntários, e do Student Keep, que angaria equipamento informático para doar a alunos. «No âmbito desta iniciativa, o Programa de Voluntariado da EDP conseguiu disponibilizar computadores que serão distribuídos de norte a sul do País», destaca Carla Barros. «Esta resposta está também a ser desenvolvida pela EDP Espanha, através da Fundación EDP e do Programa de Voluntariado EDP, em parceria com o Governo das Astúrias, o que faz com que, no total, tenham sido já doados cerca de 700 computadores em Portugal e Espanha.»

Com o foco na colaboração, a EDP começou por contactar os parceiros sociais e perceber as necessidades urgentes da sua comunidade. Numa primeira fase, foram disponibilizados 16 mil euros para organizações sociais de apoio à emergência, como a Comunidade Vida e Paz, a Federação dos Bancos Alimentares, a AMI e a Serve The City.

Paralelamente, e em articulação com a equipa de risco da EDP, foram desafiados os colaboradores a juntarem-se à AMI e à SOS Vizinho na compra e distribuição de bens aos seus beneficiários, que constituem uma população de risco no contexto actual e « que não podem ou devem sair de casa. «Com a Serve The City, tendo em conta as restrições e recomendações de isolamento social, os nossos voluntários em Portugal ajudam a dar continuidade ao contacto com seniores e pessoas consideradas de risco, através de chamadas telefónicas, promovendo o encontro e o estímulo da pertença», esclarece Carla Barros.

Para a responsável é importante destacar ainda a parceria com o SPEAK, uma startup portuguesa que promove uma metodologia inovadora para combater o isolamento social e promover a criação de redes de suporte através da aprendizagem de uma nova língua. Neste contexto, o programa funciona através de videoconferência, em pequenos grupos intensivos para qualquer pessoa
que queira aprender ou praticar uma língua e estar mais próximo de outros. «Esta iniciativa de voluntariado foi partilhada com todos os colaboradores da EDP, em todas as geografias onde estamos presentes. Temos neste momento inscritos voluntários de cinco geografias diferentes, que se aproximam através do ensino da sua língua.»

Paralelamente, Carla Barros destaca ainda uma iniciativa que nasceu de forma orgânica pelos voluntários EDP: a criação de equipamentos de protecção individual, desde viseiras 3D a máscaras e cogulas, sendo que já foram produzidos cerca de sete mil materiais para apoiar mais de 120 organizações.

 

Política de investimento social
Os programas e actividades de investimento social da EDP são orientados para objectivos sociais integrados num conjunto de prioridades. «A estratégia do Programa de Voluntariado da EDP está alinhada com a nossa política de investimento social, tendo como foco essencial cinco eixos: Mais Próximo, Mais Competências, Mais Inclusão Energética, Mais Biodiversidade, Mais Acção Climática», explica Carla Barros, reiterando: «O Programa de Voluntariado do Grupo EDP representa um pilar fundamental no apoio a projectos que promovem a dignidade humana e a inclusão social, em estreita colaboração com as organizações do terceiro sector. Visa satisfazer necessidades sociais e, simultaneamente, endereçar necessidades e temas centrais do negócio, criando valor para os stakeholders e para o Grupo EDP.»

A EDP acredita que o voluntariado desenvolve as suas pessoas e multiplica o propósito e o significado do que faz. «Acreditamos no potencial de construção de relações fortes, ao promover parcerias duradouras e transparentes, com o objectivo de gerar impacto social, trabalhando lado a lado com as nossas comunidades», reforça Carla Barros. «A missão que assumimos com o Programa de Voluntariado é envolver os colaboradores na activação da responsabilidade social EDP, contribuindo para o desenvolvimento das comunidades onde estamos presentes, partilhando o que somos e fazemos de melhor. Queremos ser a energia que transforma as comunidades», conclui a responsável pelo Programa de Voluntariado da EDP.

 

Este artigo foi publicado na edição de Junho (nº. 114) da Human Resource.

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