OCDE: há mais empregos mas os salários estagnaram
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico apresentou ontem o relatório “Perspectivas de Emprego” e alerta que os salários estão estagnados, em níveis sem precedentes.
Pela primeira vez, há mais pessoas com emprego hoje do que antes da crise. O relatório Perspectiva de Emprego da OCDE refere que a taxa de emprego atingiu 61,7% no final de 2017 e deverá atingir 62,1% até ao final deste ano.
Segundo o documento, as melhorias mais consideráveis ocorreram entre grupos desfavorecidos, como trabalhadores mais velhos, mães com crianças pequenas, jovens e jovens imigrantes.
No que toca ao desemprego, as taxas estão abaixo ou perto dos níveis anteriores à crise, na maioria dos países, e prevê-se que continue a cair, atingindo 5,3% no final de 2018 e 5,1% no ano seguinte.
No entanto, a OCDE alerta que o quadro continua a ser misto em termos de qualidade e segurança do emprego.
A pobreza tem crescido entre a população em idade activa. O relatório denota que o crescimento salarial continua notavelmente mais lento do que antes da crise financeira. No final de 2017, o crescimento dos salários nominais na área da OCDE era apenas metade do que em 2007. Sendo que a estagnação salarial afecta muito mais os trabalhadores mal pagos do que os que estão no topo.
Segundo o secretário geral da OCDE, “esta tendência evidencia as mudanças estruturais nas economias, que a crise global aprofundou, e ressalta a necessidade urgente de os países ajudarem os trabalhadores, especialmente os de baixas qualificações”. Ángel Gurría considera que são necessárias medidas políticas e uma colaboração mais estreita com os parceiros sociais, de modo a ajudar os trabalhadores e alcançar um crescimento inclusivo.
O documento refere que os países devem desenvolver sistemas de educação e formação de alta qualidade, que ofereçam oportunidades de aprendizagem ao longo da vida. As evidências sugerem que os menos qualificados são três vezes menos propensos a receber formação do que os trabalhadores altamente qualificados.
As perspectivas deste ano da OCDE incluem também uma análise sobre as desigualdades de género no mercado de trabalho e de como evoluem ao longo da carreira. O documento refere que apesar de a diferença no salário médio anual entre homens e mulheres ter caído significativamente, este continuava a ser 39% mais baixo para as mulheres, em 2015.
Fonte: Dia 15
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