Opinião: A realidade aumentada na Gestão de Pessoas

Estamos perante uma nova revolução no learning. A Realidade Aumentada dá resposta a inúmeros desafios de Recursos Humanos que encontramos na actualidade, criando-se desta forma uma “tríade” perfeita.

Por Sara Sousa Brito, directora-geral da People Value

 

Por um lado, temos a escassez de mão-de-obra operacional, por outro a necessidade permanente de actualização de conhecimento inerente à nova Era digital. Acresce que a nova geração Millennium encaixa por completo com esta abordagem metodológica.

E quando a tecnologia está disponível e acessível do ponto de vista de investimento, rapidamente se torna massificada a sua utilização. Já todos conhecemos o fenómeno Pokémon….o primeiro caso de massificação de RA.

Existem áreas em que a Realidade Aumentada (RA) será de extrema importância. Falamos maioritariamente do sector industrial, onde operações ao nível da linha de produção podem ser recriadas e as intervenções acompanhadas em tempo real pelos supervisores. Na verdade, numa série de funções operacionais permite aos colaboradores sem qualquer formação fazer, por exemplo, uma intervenção numa máquina. Permite igualmente, do ponto de vista do trabalho remoto, um salto qualitativo pois, de qualquer ponto do mundo, é possível ter especialistas a acompanhar trabalhos altamente especializados.

Este acompanhamento permite minimizar o erro humano e consequentes acidentes laborais. Contribui ainda para a optimização dos processos e rapidez de circuitos de informação. Como exemplo, no sector da construção, temos neste momento a possibilidade de fazer uma recolha de medições em directo que permite envio imediato para a linha de produção, com produtos adaptados à medida para cada cliente.

Outra área de Recursos Humanos com ampla aplicação é o acolhimento de novos colaboradores. Podemos sair salas formais, com longos onboarding “teóricos” para uma abordagem mais experiencial, imersiva, que encaixe por completo na nova geração. Acresce que o último ano foi um ano de pleno emprego em alguns sectores, o que tornou uma tarefa árdua organizar o onboarding e acompanhamento deste incremento de novas integrações, acrescendo que no desafio da retenção, a RA reforça o engagement do colaborador, permitindo-lhe realizar uma vista completa às instalações, conhecer todos os interlocutores-chave e interagir com o espaço nas áreas relevantes. A experiência da RA pode mesmo ser iniciada antes do onboarding.

A atracção de candidatos da nova geração é um desafio para os recursos humanos e a oferta de valor tem de corresponder. Será impensável para um colaborador não ter disponível tecnologia que lhe permita trabalhar de forma flexível, com permanente acesso a informação e conhecimento.

O desenvolvimento é uma das áreas-chave, que poder ser utilizada para aumentar os índices de retenção.

Estamos a caminhar para a utilização “imersiva” de tecnologia e, na óptica da aprendizagem, é igualmente uma das abordagens mais eficazes de passagem de know-how, sendo que se agregarmos ingredientes de game temos o “ex-libris” da aprendizagem em termos de impacto. O desenho instrucional em árvore permitirá ao colaborador/ formando a escolha do seu processo de aprendizagem, colocando-o no centro da decisão e evolução do seu percurso de aprendizagem. A tecnologia permite esta adequação individual ao formando em termos de perfil, evolução por níveis, ciclos de expertise e especialização, onde “errar” faz parte do jogo e a simulação ganha vida própria: empowered learning.

Cada vez mais iremos ter a tenologia “embebida” no nosso dia-a-dia. E na área de Recursos Humanos, com todos os desafios que se colocam nesta nova Era digital, o “salto” será ainda maior.

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