Os novos espaços de trabalho: Certifique-se de que não se tem esquecido disto

Quando a maioria das organizações pensa em diversidade e inclusão, geralmente não pensa nas diferentes características físicas dos seus colaboradores, nomeadamente no peso ou na altura.

Tendo em conta que a obesidade é um problema de saúde pública e que, segundo dados da OCDE, afecta 71% da população dos EUA e 67.6% da população portuguesa, não ficam dúvidas de que essas características devem ser tidas em consideração quando se constroem e equipam escritórios.

As empresas devem escolher mobiliário ergonómico que se adapte às características de cada trabalhador, o que vai permitir que se sintam mais confortáveis e potencialmente mais produtivos.

De acordo com um artigo da Fastcompany, a marca de roupa plus size, Eloquii fez exactamente isso. Isto não só é bom para os seus colaboradores, mas para a empresa, porque quanto mais felizes são os colaboradores, mais produtivos são. De acordo com vários estudos, os colaboradores felizes podem ser até 20% mais produtivos, do que os colaboradores infelizes.

Para garantir a experiência ideal dos colaboradores, a marca de roupa fez um inquérito à sua equipa para obter feedback sobre várias aspectos do local de trabalho. Alguns dos principais comentários, incluíram pedidos de cadeiras mais ergonómicas, que permitissem que os trabalhadores se sentissem mais confortáveis ​​no local de trabalho. A Eloquii analisou várias opções de cadeiras, principalmente cadeiras mais largas para seus associados nos dois escritórios da sede.

Segundo a Fastcompany, os empregadores devem adoptar o exemplo de Eloquii e aprender a entender melhor as necessidades dos seus colaboradores. Embora sejam poucos, existem serviços de consultoria que ajudam as empresas a desenhar um espaço de escritório para trabalhadores de corpo maior.

Uma dessas organizações é a AllGo. Fundada por Rebecca Alexander, tem como objectivo ajudar as pessoas com mais peso «a avaliar o conforto e a acessibilidade dos espaços públicos para que outras pessoas saibam o que esperar».

De acordo com Rebecca Alexander, «Para os colaboradores com mais peso, é desmoralizante chegar ao trabalho todos os dias e sentar-se em cadeiras desconfortáveis, que deixam contusões nas ancas.»

E acrescenta, «Colaboradores felizes são o melhor activo de uma empresa. E existem muitas formas fáceis de implementar e baratas de motivar e recompensar pessoas com mais peso», e explica «pode ser tão simples quanto conversar com elas. Só precisa de saber as perguntas certas a fazer.»

Empresas de arquitectura como a ZGF reconhecem um aumento nas empresas que pensam em design inclusivo, incluindo como servir melhor colaboradores e clientes com mais peso.

Alan Gerencer, director da empresa da ZGF, diz que a empresa está focada em desenvolver formas pelas quais o design pode ser usado, de forma a tornar o mundo um lugar melhor.

Para o director da ZGF, os locais de trabalho «não são de um tamanho único», defendendo que quando as equipas pensam no design dos seus escritórios, devem pensar em todos os tipos de corpos e alturas. Uma das maneiras de fazer isso é oferecer uma variedade de espaços onde as pessoas se possam sentir confortáveis e produtivas.

O responsável defende que oferecer opções é um elemento-chave para criar um melhor ambiente de escritório. 

Embora Alan Gerencer veja tendências positivas em relação ao design de espaços mais inclusivos, também vê a necessidade de haver melhores ofertas de produtos. Por exemplo, o mobiliário bariátrico surgiu originalmente no mundo da saúde, quando os designers precisavam procurar mobiliário adequado a doentes obesos.

A maioria dos móveis bariátricos ainda é projectada com padrões e desenhos que não são visualmente atraentes e aplicam um estigma àqueles que estão sentados. Gerencer acredita que deve haver o afastamento do conceito de móveis bariátricos e projectar móveis atraentes para todos os tamanhos.

É importante fornecer várias opções de comunicação aos colaboradores para que eles se sintam mais confortáveis em expressar suas necessidades quando se trata de mobiliário. Os empregadores devem certificar-se de que, quando todos os colaboradores iniciarem a sua actividade, lhes seja perguntado se têm necessidades específicas, em relação às cadeiras e ao espaçamento entre mesas e cadeiras, para não destacar apenas os colaboradores obesos.

Além disso, ao projectar um escritório, os espaços públicos onde os trabalhadores podem trabalhar ou socializar, não devem ser esquecidos. Isto não só é importante para os colaboradores actuais e potenciais, mas também é fundamental para os visitantes da empresa.

Uma forma de criar um ambiente que ofereça suporte à inclusão de tamanho é prestar atenção às necessidades físicas de colaboradores com mais peso. Isto vai originar a um ambiente de trabalho mais feliz em geral o que, a longo prazo, poderá levar a melhores resultados nos negócios.

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