Os três pilares da gestão de talento

À medida que as empresas entendem o impacto nos negócios de ter os colaboradores certos nas organizações, o talento está a assumir-se como o principal agente do crescimento económico. Perante este imperativo, a atracção, retenção e requalificação torna-se fundamental.

Por Pedro Amorim, Managing Director da Experis

 

Durante a recente edição do Fórum Económico Mundial, que juntou mais uma vez em Davos os principais líderes mundiais, li com especial atenção um texto que discutia como deverão ser os próximos 20 anos no mundo do trabalho e a forma como nos devemos preparar para abraçar os constantes desafios da digitalização. Dizia o autor, que alta tecnologia e elevados níveis de empregabilidade não se excluem mutuamente. Não poderia estar mais de acordo, até porque apesar do recorrente debate sobre se vão ou não os robôs eliminar grande parte dos postos de trabalho, o ponto fulcral é discutir como os humanos vão adaptar as suas competências à automação e que estratégias de gestão de talento vão adoptar as empresas.

A conjuntura económica e social levou a um desinvestimento continuado no capital humano durante os anos de crise mundial. No entanto, face aos recentes indicadores positivos e à medida que as empresas entendem o impacto nos negócios de ter os colaboradores certos nas organizações, o talento está a assumir-se como o principal agente do crescimento económico, determinando na maioria dos casos o sucesso das organizações. E por talento não me refiro apenas a pessoas, mas a competências, comportamentos e capacidade de adaptação à organização.

Estes factores têm ainda mais peso, dado que actualmente a batalha pelo talento está em máximos históricos, havendo um claro desequilíbrio entre as necessidades das empresas e aquilo que o mercado tem para oferecer. Não é por isso de estranhar que 35% das empresas nacionais tenham admitido recentemente no “Talent Shortage Survey”, da ManpowerGroup, que os candidatos não possuem as competências necessárias, o que tem vindo a dificultar o processo de recrutamento e selecção.

Perante este cenário, torna-se imperativo criar uma estratégia clara, englobando a atracção, retenção e, não menos importante, requalificação de competências, que permitam ter em conta os principais desafios actuais na gestão de talento, nomeadamente:

1. Falta de talentos qualificados para posições-chave
2. Escassez de talentos a todos os níveis
3. Níveis de employee engagement longe dos desejados
4. Falta de líderes com perfis digitais nas empresas
5. Perda de talentos para outras organizações

É precisamente fazer face as estes desafios que os Recursos Humanos têm um papel crucial, contribuindo para a consciencialização de que os modelos de gestão devem encarar o talento como um activo de valor acrescentado para as organizações. Dizia o autor do artigo sobre o futuro do trabalho, que as mudanças tecnológicas vão obrigar a uma constante evolução das competências, e quanto mais rápido melhor. Na verdade, ainda que os modelos de trabalho ou as ferramentas estejam a mudar, a única constante são, e vão continuar a ser, as pessoas.

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