Parar para pensar. A arte do “slow living” em vez de fazer-tudo-ao-mesmo-tempo-agora

ROCK IN RIO INNOVATION WEEK

 

Toda a tecnologia e as mudanças de comportamento que causou traduz-se também em excesso de informação, constante conexão e uma necessidade de fazer-tudo-ao-mesmo-tempo-agora, havendo pouquíssimos momentos de desconexão e ócio. Mas é preciso «viver mais devagar, para poder viver mais».

 

Por Mic Aisenberg, curadora de Conteúdo da Rock in Rio Innovation Week

 

A vida anda tão corrida que não consegue nem abrir as newsletters que recebe? Ou abrir as notícias para ler…? Que bom que encontrou um tempinho para “falar comigo” esta semana. Hoje, quero perguntar-te qual foi a última vez que tiveste aquele momento de silêncio, nada para pensar, só tu e os seus pensamentos. Não se lembra? Então não estás sozinho!

A velocidade da nossa vida parece estar cada vez maior e mais frenética, graças à tecnologia e as mudanças de comportamento que ela causou. Em diversas situações, os gadgets, sistemas e interfaces ajudam-nos a realizar tarefas de forma mais rápida ou prática, e isso é muito bom!

Mas, na maioria das vezes, toda essa modernidade é traduzida em excesso de informação vindo de todos os lados, constante conexão com o trabalho, mesmo nos momentos de lazer, fazer-tudo-ao-mesmo-tempo-agora e pouquíssimos momentos de desconexão e ócio.

 

Essa sensação, para muitas pessoas, acontece também em forma de sintomas. Ora repara se estes sintomas que te descrevem

  1. Mente super activa
  2. Falta de paciência
  3. Falta de foco
  4. Preocupação e ansiedade
  5. Cansaço
  6. Impulsividade
  7. Dificuldade para relaxar
  8. Inquietação

Marcou mais de três itens da lista acima? Então bem-vindo ao século XXI e os seus efeitos colaterais.

 

Controlar o ritmo da nossa vida virou privilégio

Para Kathryn Bouskil, antropóloga e cientista social, se tens a sorte de controlar o ritmo em que vais viver a tua vida, és um grande privilegiado:

«Você pode decidir que precisa tanto de momentos para acelerar quanto para viver de uma forma mais lenta, para refletir e seguir em frente no ritmo que escolher. Ter tempo para ouvir, desenvolver empatia, descansar sua mente, levar aqueles minutinhos extra antes de levantar da mesa depois do jantar.»

Kathryn fala sobre as consequências de se viver num mundo tão acelerado de forma que nos faz pensar e reavaliar alguns de nossos comportamentos (pode ver aqui o TED Talk “The unforeseen consequences of a fast-paced world”).

 

Viva mais devagar para poder viver mais

O assunto é tão sério e tem tantos reflexos na nossa vida e no nosso futuro, que já existe um movimento conhecido como “Slow Living”.

Em Portugal, o tema é discutido e aprofundado pela Associação Slow Movement, uma Organização Não Governametal (ONG) que pretende aplicar na prática os seus princípios e filosofia em prol da qualidade de vida e do desenvolvimento sustentável, solidário e integrado para as comunidades e os indivíduos.

Segundo a ONG, «ser slow não é ser demasiado lento, preguiçoso ou fora do mundo. É tentar usufruir do que o mundo moderno nos proporciona, contudo, lutando por ter a oportunidade de parar como forma de experimentar prazer em coisas simples. Trata-se de usufruir de bons momentos, sentir e viver cada fase, permitir-se fazer aquilo que a cada um mais realiza e dar o devido tempo a cada coisa.»

 

Gostou desta reflexão? Vem continuar esta conversa e muitas outras sobre o futuro e as novas formas de pensar, agir e viver durante os dias 23 e 26 de Junho no Rock in Rio Innovation Week @LACS 2020.

Até lá, todas as terças-feiras, poderá ler esta rubrica da Rock in Rio Innovation Week, com destaque para os temas que serão abordados na edição de 2020.

Saiba mais sobre a Rock in Rio Innovation Week @LACS 2020, nomeadamente as competências que vai poder desenvolver aqui. Os bilhetes podem ser adquiridos aqui.

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