Politécnico de Setúbal, Mota-Engil e Grupo Casais fazem parceria para promover a atractividade da carreira de engenheiro civil

O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) assinou um protocolo com as construtoras Mota-Engil e Grupo Casais, que estabelece o aprofundamento de acções de colaboração em domínios de interesse mútuo, nomeadamente a realização de estágios, estudos e investigação, projectos de inovação e bolsas de estudo.  

 

O documento foi assinado no final de um debate sobre “O futuro da Engenharia Civil em Portugal”, que reuniu vários especialistas do sector na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTBarreiro/IPS) e onde, justamente, foi destacada a urgência de uma intervenção concertada entre o ensino superior, as empresas e as associações profissionais para dignificação e reforço da atractividade da carreira de engenheiro civil junto dos mais jovens.

Numa altura em que o sector ressurge com novos investimentos previstos em grandes infraestruturas e o mercado se depara com a escassez de profissionais qualificados, «ganha maior importância esta permanente interação entre a academia, as empresas e os representantes profissionais para tentar encontrar soluções», referiu o presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, lembrando também que o novo paradigma do ensino superior impõe às escolas «a capacidade de encontrar outros contextos de aprendizagem fora da sala de aula».

Em resposta a este apelo, Miguel Boavida, administrador da Mota-Engil, Engenharia e Construção, declarou: «Com todo o prazer acolheremos brevemente estudantes desta escola, seja em que formato for», sublinhado «a importância de estabelecer mais cedo uma ligação próxima com os nossos futuros colaboradores, ter feedback sobre o que se passa nas escolas e como veem os jovens o seu futuro nas empresas».

Da parte do Grupo Casais, esta “união de forças” foi igualmente acolhida com “grande entusiasmo”.  Pedro Andrade, director coordenador internacional da construtora, reconheceu que «temos todos o mesmo objectivo, fortalecer a Engenharia Civil em Portugal, para podermos corresponder aos grandes desafios que temos pela frente de uma forma mais robusta».

O debate, enquadrado no programa da Semana da Ciência e da Tecnologia do IPS, propôs-se discutir as tendências do setor e os desafios atuais da profissão, bem como as competências necessárias para satisfazer as exigências do mercado de trabalho, no que toca à qualidade certificada e ao nível da manutenção e reabilitação, sustentabilidade ambiental, saúde, eficiência e reabilitação energética, entre outras. A crescente digitalização e desmaterialização do processo construtivo foi também outro dos desafios aflorados, sendo disso exemplo a Modelação de Informação de Edifícios (BIM – Building Information Modeling), que está a transformar a Engenharia Civil e o sector da construção civil e obras públicas.

«São as novas gerações de estudantes que vão ter que dar respostas a estas novas exigências, mas o futuro da Engenharia Civil está garantido. Tudo à nossa volta tem a intervenção de um engenheiro civil», observou Fernando Pinho, coordenador do Colégio Regional Sul de Engenharia Civil da Ordem dos Engenheiros, alertando para o facto de se tratar de «uma profissão de confiança pública e, que por isso, deve manter um grau de exigência muito elevado na formação».

Por seu turno, Cristiana Pereira, coordenadora da licenciatura em Engenharia Civil ministrada na ESTBarreiro/IPS, reconheceu tratar-se de «uma formação clássica, mas que está em mudança, o que é verdadeiramente desafiante». «Temos que dotar os estudantes das competências fundamentais e tradicionais, mas também das mais emergentes, para que possamos formar técnicos capazes, mas também agentes de mudança nas empresas», concluiu.

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